Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 16-05-2006

Concorrência Desleal
Todo o país está estarrecido com a verdadeira praça de guerra que se transformou a cidade de São Paulo neste último fim de semana. Os bandidos atacaram...
Concorrência Desleal

Todo o país está estarrecido com a verdadeira praça de guerra que se transformou a cidade de São Paulo neste último fim de semana. Os bandidos atacaram instalações policiais, prédios da Justiça e agentes da segurança pública, tendo o número de mortos chegado a setenta e sete pessoas, dentre elas vinte policiais militares, seis policiais civis, oito agentes penitenciários, três guardas civis, dois civis, vinte e três supostos criminosos e quinze presos. Além disso, pelo menos quarenta e quatro pessoas ficaram feridas e esses números ainda podem ser maiores.

Essa onda de violência não se resume ao Estado de São Paulo. No nosso quintal mesmo, em Marataízes, a violência está chegando a níveis alarmantes, com vários assassinatos acontecendo, culminando no brutal e lamentável caso da morte da Doutora Alexandrina, por razões ainda não esclarecidas.

Essa é a tônica do que está acontecendo no país inteiro e revela o desrespeito e o enfrentamento das instituições pelos bandidos, bem como a total inoperância e incapacidade do Estado, em seus diversos níveis, de resolver esse grave e endêmico problema. Isso sem se falar na falta de vontade política de se tentar frear a ação organizada dos bandidos, que – todos sabem disso – comandam as ações criminosas de dentro dos presídios.

Conversando hoje com um policial federal, que trabalha em diversas missões de investigação, em especial no monitoramento de ligações telefônicas em presídios, ele me revelou que é facílimo instalar bloqueadores de celulares nessas cadeias. Para se ter uma idéia da facilidade de se fazer isso, basta dizer que um aparelho celular não funciona dentro de um galinheiro de tela de arame. É um sistema simples e que já deveria ter sido implantado há muito tempo nos presídios brasileiros.

Se isso é tão simples, por quê não é feito? Por quê deixam esses facínoras fazerem e acontecerem de dentro da cadeia? Alguma coisa está fedendo e muito nesse contexto e cabe às autoridades dar uma explicação convincente para isso e, mais ainda, tomar atitudes que evitem essa comunicação entre os chefes de quadrilha e seus comandados, para que não aconteçam mais absurdos como o do último final de semana.

Pelo visto a resposta para esses questionamentos se resume numa coisa bem interessante: os bandidos se revoltaram por conta da concorrência desleal dos nossos representantes, chefiados por essa máfia petista que tomou o Estado de assalto, se revelando infinitamente mais vorazes que os marginais comuns na execrável arte da bandidagem.

Que Deus nos proteja.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Ronald Mignone    |      Imprimir