Categoria Cultura  Noticia Atualizada em 16-06-2006

Resgate Cultural
Estudantes do Centro Universitário São Camilo-ES resgatam um pouco da cultura afro-brasileira através de documentário
Resgate Cultural
Maratimba.com

"O povo que não tem conhecimento do seu passado histórico e de sua cultura é como uma árvore sem raiz", foi lendo essa frase do ativista negro Garvey, que as estudantes de comunicação social da São Camilo Fernanda Daibert Furtado e Miliana Guadêncio Ramos, decidiram produzir o documentário "Marcas Esquecidas", retratando as comunidades quilombolas de Boa Esperança e Alto São Jorge, localizadas no interior de Presidente Kennedy.

Essas comunidades ao longo do tempo mudaram de nomes, antes eram conhecidas por: Marraégua, Jibóia, Polícia e Batalha. Já Alto São Jorge por Cacimbinha. Na sua grande maioria são descendentes de escravos alforriados da região e do norte fluminense. As acadêmicas estão trabalhando desde abril no projeto do documentário.

"As famílias tentam repassar os legados deixados pelos seus descendentes mas grande parte dos seus valores culturais como o congo e o boi pintadinho desapareceram, ou estão adormecidos dentro deles. O que restou foi jongo que funciona como um lazer para as comunidades", explicou Fernanda Furtado. As quase cento e dez famílias que residem nas comunidades pesquisadas são quase todos parentes.

"Por serem descendentes de escravos as suas documentações são orais, e o jongo funciona como uma preservação dessa história" ressaltou Miliana Gaudêncio. Os grupos folclóricos são convidados a se apresentarem em todo o Estado, o que reforça a tese de que se tivessem apoios, preservariam as suas manifestações culturais, e resgatariam outras manifestações perdidas no tempo" afirmou Fernanda Daibert.

Os moradores são muito solícitos, mas não gostam de lembrar o passado de opressão que seus descendentes sofreram, argumentaram as documentaristas. Uma tentativa de resgate da tradição afro-brasileira está sendo feita pelo professor de capoeira Leomar Silva dos Santos, com crianças e adultos das comunidades. "Mas infelizmente as aulas de capoeira que eram ministradas na escola acabaram, pois o professor teve que transferir as suas aulas, que eram gratuitas, para a sede do município" lamentou.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir