Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 07-08-2006

POR QUE A GUERRA?
O Oriente M�dio est� sempre no centro das preocupa��es mundiais, ora nos conflitos entre israelenses e palestinos, que remontam � guerra santa entre o juda�smo e o Isl�
POR QUE A GUERRA?

O Oriente M�dio est� sempre no centro das preocupa��es mundiais, ora nos conflitos entre israelenses e palestinos, que remontam � guerra santa entre o juda�smo e o Isl�, ora entre o Ocidente crist�o e as teocracias isl�micas, como no caso do Iraque e do Afeganist�o, ora entre os pr�prios pa�ses orientais, como no Paquist�o ou no Ir�.

Recentemente, estamos at�nitos com a guerra de Israel contra o grupo armado liban�s Hizbollah (que significa "partido de Deus"). A quest�o fundamental � a seguinte: o Hizbollah, com o apoio do Ir�, da S�ria e da Palestina, alega que Israel simplesmente n�o tem o direito de existir.

Se, por um lado, existem in�meras quest�es �tnicas, pol�ticas e econ�micas envolvidas em todos estes conflitos no Oriente M�dio, h� uma quest�o fundamentalmente religiosa: o eterno �dio entre israelenses (judeus) e �rabes (geralmente mu�ulmanos). O Antigo Testamento narra a hist�ria do povo hebreu, que se diz iniciado por Abra�o. Os hebreus, grupo de habitantes antigos destas terras, migraram para o Egito em busca de uma melhor situa��o, mas foram escravizados pelo Fara�.

Eles cr�em � e tamb�m n�s, crist�os � que Iahweh, seus Deus, os libertou na famosa travessia do Mar Vermelho e na ocupa��o das terras de Cana�, habitadas at� ent�o por �rabes, que se tornaram, em sua grande maioria, adeptos do Islamismo, religi�o fundada por Maom� no s�culo VII depois de Cristo. Os mu�ulmanos, por�m, tamb�m se dizem filhos de Abra�o e professam a f� num Deus �nico, chamado Al�. Segundo eles, o filho que Abra�o teve primeiramente com sua escrava Agar, chamado Ismael (cf. Gn 16,15), migrou e deu origem aos povos �rabes; e o segundo filho de Abra�o, Isaac, filho de sua esposa Sara, � que acabou sendo o sucessor, gerando Jac�, que passou a ser chamado Israel.

Para n�s, judeus e crist�os, a saga de um povo de Deus que acredita na promessa a vai ocupando a terra dos povos cananeus, matando reis e invadindo povoados, substituindo as religi�es do local pelo culto judaico, pode soar como uma hist�ria sagrada. Mas, em tempos de guerra, � preciso olhar a situa��o com outros �culos que n�o somente os religiosos, e compreender a situa��o dos �rabes, que jamais aceitaram ceder suas terras a Israel. Esse conflito atravessou os s�culos. Em 1948, ajudado principalmente pelos Estados Unidos, os israelenses conseguiram fundar o Estado independente de Israel junto � ONU. Mas os pa�ses mu�ulmanos at� hoje se recusam a reconhec�-lo oficialmente.

E n�s, crist�os, que postura devemos tomar diante de tudo isso? De acordo com o papa Bento XVI que, na linha dos �ltimos papas, tem se pronunciado veementemente tanto contra os atentados dos extremistas isl�micos quanto contra os israelenses, � preciso superar todo e qualquer fundamentalismo religioso. Nosso compromisso � com a paz. Uma convic��o de f� n�o pode estar acima da vida humana! De tudo, deve prevalecer o amor. Diz-nos S�o Paulo: "agora permanecem estas tr�s coisas, a f�, a esperan�a e o amor, mas o amor � o maior" (1Cor 13,13).

Artigo publicado em A Gazeta no dia 4 de agosto de 2006. Juliano Ribeiro Almeida � padre da diocese de Cachoeiro de Itapemirim, vigario de Itapemirim.


    Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Juliano Ribeiro Almeida    |      Imprimir