Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 29-09-2006

COVARDIA OU DESCASO COM O ELEITOR?
A aus�ncia do presidente Lula ao debate dos candidatos a presidente da rep�blica realizado pela Rede Globo ontem, a tr�s dias das elei��es, foi visivelmente premeditada
COVARDIA OU DESCASO COM O ELEITOR?

A aus�ncia do presidente Lula ao debate dos candidatos a presidente da rep�blica realizado pela Rede Globo ontem, a tr�s dias das elei��es, foi visivelmente premeditada.

O Pal�cio do Planalto tentou de todas as formas disfar�ar a j� decidida aus�ncia do presidente ao debate, com a��es efetivas nesse sentido, inclusive mandando agentes de seguran�a da presid�ncia aos est�dios do Projac para vistoriar o local. S� �s 18 horas Lula noticiou � emissora sua aus�ncia, alegando que seus concorrentes lhe atacariam de forma "virulenta e desesperada", como afirmara em sua carta.

� importante ressaltar que, independentemente da aus�ncia do presidente, o debate foi morno, sem sal, assim como foram os debates dos candidatos aos governos estaduais, por culpa exclusiva da pr�pria Rede Globo, que engessou a discuss�o, com o sorteio de temas e determinando em certos momentos a quem o candidato faria sua pergunta. Isso sem se falar no tempo ex�guo, tanto para realizar a pergunta, como para as respostas, r�plicas e tr�plicas.

Dois minutos � muito pouco tempo para um candidato a presid�ncia responder a assuntos de amplitude t�o grande como seguran�a, educa��o, sa�de, moradia e sobre a corrup��o reinante nos pal�cios.

A quest�o-mor � a seguinte: Lula faltou ao debate simplesmente por covardia ou porque julga que n�o deve dar satisfa��es ao eleitor acerca dos esc�ndalos envolvendo o PT e seus colaboradores diretos do 1.� escal�o?

Creio de forma veemente que ambas as respostas se confundem. Estava claro que Lula seria atacado por todos os outros tr�s candidatos, mas era dever dele enfrentar o debate, em respeito aos milh�es de eleitores que o elegeram.

Ningu�m que se auto-intitule como esclarecido engole essa hist�ria de que "Lula n�o sabia de nada". S�o tantos os esc�ndalos de corrup��o que esse texto ficaria demasiadamente longo.

Interessantemente, confesso aqui que ainda n�o me decidi em quem votar para presidente. Estou tentando fazer uma an�lise fria, desapaixonada, para decidir, mas est� dif�cil.

Tenho uma s�rie de restri��es ao PSDB por conta da entrega feita por FHC de setores estrat�gicos da economia nacional, com as privatiza��es realizadas durante os oito anos em que esteve � frente do Executivo Nacional, o que me deixa em d�vida se voto no Alckmin, n�o obstante reconhecer nele in�meras qualidades como homem p�blico.

Cheguei a pensar em votar na Helo�sa Helena, do PSOL, num voto de protesto, homenageando-a por sua luta aguerrida contra o modelo econ�mico atual, que, conforme ela apregoa, privilegia a manuten��o da opress�o das elites por sobre o populacho. H� tamb�m o fato da covardia feita pelos dirigentes do PT, no epis�dio da sua expuls�o do partido, simplesmente por defender os princ�pios que este �ltimo mesmo apregoava e que foram abandonados quando Lula virou presidente da rep�blica.
Estava seriamente tendente a votar no Cristovam Buarque, do PDT, por raz�es bem simples. Acompanhei seu mandato, quando estava � frente do Pal�cio do Buriti, em Bras�lia, ocasi�o em que p�s em pr�tica seu projeto do Bolsa Escola, copiado por FHC, inclusive no nome, projeto esse aplaudid�ssimo pela comunidade mundial, merecedor de honrosas homenagens at� na ONU. Al�m disso, Cristovam � um homem de m�os limpas, n�o havendo nada, absolutamente nada que o desabone como pessoa p�blica que �.

Vale aqui fazer um coment�rio a respeito da forma como Lula desvirtuou a ess�ncia, o objetivo do programa Bolsa Escola. No projeto original, s� mereceria receber o dinheiro do programa a fam�lia que matriculasse e mantivesse seus filhos na escola, que � a forma mais eficiente de se dar cidadania a algu�m, dando-lhe chances de sair da mis�ria e buscar um lugar ao sol.

Lula, como j� dito, desvirtuou o programa, em homenagem ao asqueroso projeto de poder engendrado pelo PT. Hoje, com o programa Bolsa Fam�lia, n�o h� mais a contrapartida, ou seja, a exig�ncia de que as fam�lias matriculem seus filhos e os mantenham estudando. Recebem o dinheiro e pronto. N�o precisam fazer nada e ficam s� esperando o m�s seguinte para receber a esmola estatal.

Isso � vergonhoso, pois se cria um curral eleitoral, onde essas fam�lias n�o saem da mis�ria onde se encontram. E isso � exatamente o que o vergonhoso projeto de poder do PT deseja, ou seja, manter o povo na mis�ria, na ignor�ncia, dando-lhe uma esmola que permite apenas que sobrevivam, n�o permitindo que cres�am, que produzam, que, enfim, sejam cidad�os de primeira linha. Basta que essas pessoas compare�am de quatro em quatro anos �s urnas para manterem esses "privil�gios".

No que diz respeito � elei��o de governador, deputados e senadores, tenho apenas uma certeza, que me acompanha desde que me conhe�o como cidad�o nacionalista: n�o voto em nenhum candidato que tenha antes do nome bispo, pastor, ap�stolo, mission�rio ou padre. Religi�o n�o deve se confundir com pol�tica. Isso � uma mistura que a hist�ria j� provou n�o funcionar e o lugar desse pessoal � nas igrejas, dando for�a e conforto espiritual a quem precisa.

J� basta o fundamentalismo religioso feudal que reinou em Marata�zes durante os oito anos que antecederam o mandato do atual prefeito, que enterrou a cidade num atraso que vai demorar ainda um bom tempo para recuperar.

Espero que a raz�o e o bom senso prevale�am no dia 1.� de outubro, pois n�o d� para separar compromisso e comportamento �tico de a��o pol�tica. O homem p�blico que est� � frente da presid�ncia da rep�blica deve ser o exemplo maior de cidadania, �tica e respeito � lei e �s institui��es. Sem isso, n�o h� democracia que se sustente.

Foi muito bonito ver o homem pobre, leg�timo representante da popula��o necessitada, galgar ao mais alto posto pol�tico do pa�s. Todavia, ao l� chegar, mudou seu discurso e suas a��es, enterrando o pa�s num mar de lama com epis�dios de deixar boquiaberto qualquer cidad�o de bem que tenha um m�nimo de sentimento nacionalista.

2.� turno j�! Pelo retorno da moral e da �tica na pol�tica.

Ao inv�s de Lula l� � Lula longe! Bem longe.


    Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Ronald Mignone    |      Imprimir