Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 19-12-2006

Nascimento e morte do menino Jesus
Pontius Pilatus ganhou de Tiberius, imperador de Roma, o governo da Judéia e da Samaria, quando exilou Arquelau
Nascimento e morte do menino Jesus

Pontius Pilatus ganhou de Tiberius, imperador de Roma, o governo da Judéia e da Samaria, quando exilou Arquelau, filho de Herodes, o Grande, e irmão de Herodes, o antipático Antipas, que deu a Salomé a cabeça de João Batista.

Philo Judaeus e Josephus, historiadores judeus, contemporâneos de Pilatus, disseram que ele era "ríspido e intratável". Mas não queria matar Jesus. Quando aquele homem de olhos mansos, coberto de sangue, chegou preso ao palácio, trazendo na cabeça a coroa sarcástica - "Jesus Nazarenus Rex Judeorum" (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus) -, Pilatos lhe perguntou quem ele era. Jesus lhe respondeu: "-Eu sou o caminho, a verdade e a vida".

O caminho Pilatos sabia o que era. A vida, também. Mas a verdade, não. Pilatos outra vez lhe perguntou: "-O que é a verdade?" Jesus não respondeu. E foi levado para morrer.

Beletristas medievais, monges e poetas, diziam que Jesus não respondeu por que a resposta já estava na pergunta, em latim:
"-Quid est veritas"? (-O que é a verdade?). Com as mesmas 14 letras da pergunta, escreve-se a resposta:"-Est vir qui adest". (-É o homem que está aqui).

Consta, embora jamais comprovado, que Che Guevara, no natal de 1966, em Nancahuazu, na Bolívia, nas derradeiras trincheiras da inviável guerrilha, cercado de solidão e da certeza do sonho perdido, aonde viria a morrer "assassinado" a mando (fora denunciada sua exata localização) de seu amigo Fidel Castro (temia que a estrela de Che ofuscasse e apagasse a sua), teria escrito:

"Cristo, te amo
não porque desceste de uma estrela
mas porque me revelaste
que o homem tem lágrimas, angústias
e chaves para abrir as portas fechadas da luz.
Tu me ensinaste que o homem é deus
um pobre deus crucificado como tu".

Pois é, a cada Natal olhamos para trás e não vemos quantos meninos Jesus crucificamos a cada dia que passou.


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Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir