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Cria asa piriquita...treme a tabaca
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Todo ver�o tenho dissabores com a vizinhan�a que por aqui veraneia e que acha que todos ao seu redor est�o de f�rias Todo ver�o tenho dissabores com a vizinhan�a que por aqui veraneia e que acha que todos ao seu redor est�o de f�rias como eles ou ent�o que em beira de praia vale tudo. N�o existe o menor respeito em rela��o � altura do som dos carros ou das caixas que colocam na varanda. E o pior: O som � de p�ssimo gosto e repetido � exaust�o de oito horas da manh� at� as duas ou tr�s da madrugada. Depois da �guinha pocot�, este ano estou sendo brindada com a p�rola "cria asa piriquita, treme treme a tabaca" ... biruleybe... Esse refr�o retumba em minha cabe�a mesmo quando os vizinhos desligam o som. Por onde eu v�, em qualquer lugar, escuto claramente... biruleybe... tumm... tumm... tumm. Nessa noite, acordada na minha varanda �s duas da manh�, vendo uma lua minguante linda no c�u, fiquei imaginando como teria sido o momento que inspirou o poeta a compor essa m�sica. Certamente foi um momento de extrema beleza, de uma viagem mental quase transcedental, porque imaginar uma piriquita criando asa e uma tabaca tremendo � de uma poesia inimagin�vel. Teria ele, visto quando crian�a, a piriquitinha da sua irm� crescendo e nascendo os primeiros pelinhos, e ele, irm�o preocupado, temia que a bichinha criasse asas e voasse t�o cedo? Teria ele, visto a piriquita de estima��o da sua vizinha, com as asas cortadas para n�o fugir, e denunciado tal fato ao IBAMA, que veio, soltou a piriquita e a vizinha ficou com a tabaca tremendo de medo? Teria ele, desejos inimagin�veis e inconfess�veis, sonhando, na verdade, n�o com uma piriquita, mais com um enorme piriquito alado que fazia sua tabaca tremer? Teria ele, ainda em tenra idade, presenciado a sua m�e soltar a piriquita j� velha e cansada, incapacitada de voar, e ele, de longe, torcia pra bicha criar asas e al�ar v�o rapidamente, acabando de uma vez por todas com aquela situa��o vergonhosa? Por mais que eu tente n�o consigo alcan�ar o que inspirou esse artista e poeta t�o sens�vel. E como diz a minha filha L�gia: "melhor ouvir isso do que ser surda". Tor�o para chegar mar�o, m�s de �guas mornas, areias brancas e de um sil�ncio reconfortante. E aguardar o que me espera no ver�o de 2008, se at� l� Deus me permitir chegar... Fonte: Reda��o Maratimba.com
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| Por: Ivilisi Soares Azevedo | Imprimir |
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