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Uma longa noite de horror
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"Fique tranq�ilo, leitor(a): o que se passa no Brasil � absolutamente normal. � parte de uma sucess�o de eventos j� desenvolvida, testada, aprovada..." Fique tranq�ilo, leitor(a): o que se passa no Brasil � absolutamente normal. � parte de uma sucess�o de eventos j� desenvolvida, testada, aprovada e comprovada em outras bandas. Desafortunadamente, a �nica maneira de se reagir a esta sucess�o de eventos - se assim se desejasse, claro - exigiria um poder de compreens�o, racioc�nio e educa��o formal que praticamente inexistem. Um pouquinho de assiduidade no h�bito da leitura tamb�m n�o faria mal. Afinal, aqueles que ignoram a Hist�ria est�o condenados a repeti-la. S�o setenta e cinco por cento de analfabetos funcionais pululando pelas ruas, pra�as, terreiros, cozinhas e acampamentos do pa�s afora, absolutamente incapazes de interpretar uma simples receita de bolo, e ao mesmo tempo absolutamente indispostos a alterar o status quo que os beneficia via esmolas populistas dos mais variados tipos. Os vinte e cinco por cento que sobram, inferiores numericamente, t�m consci�ncia do que se passa mas se dividem em duas categorias. Uns dois por cento est�o se lixando: quase afogados no dinheiro que acumularam durante os anos em que fecharam os olhos para as crescentes necessidades do pov�o, acham que nada vai lhes acontecer. Os outros vinte e tr�s por cento n�o t�m mesmo para onde correr: de olhos bem abertos, v�em que a navalha se aproxima do pesco�o, inexoravelmente. Estes acontecimentos, contendo algumas varia��es individuais espec�ficas, permeiam a Hist�ria do Mundo e ignoram colora��o ideol�gica. Entre outros casos, j� foram observados tamb�m os da R�ssia Sovietizada do come�o do S�culo Vinte; da Alemanha, nas d�cadas de 20 e 30; de Cuba, a partir do fim da d�cada de 50; do Iraque, no fim da d�cada de 70. Atualmente, a Venezuela � o caso mais vis�vel. Em todos, uma coincid�ncia: a zelite n�o se preocupa com o povo, que acaba encontrando num pilantra profundamente carism�tico e com refinado senso de oportunismo a esperan�a de um fim para seus problemas. Entretanto, sua falta de perspectiva - inclusive acad�mica - faz com que o povo ignore que, na verdade, est� adquirindo um passaporte para uma longa noite de horror. Mais do que resolver qualquer problema, como se sabe, o objetivo do gatuno e sua gangue � se perpetuar no poder, extraindo daquela fonte tudo o que eles jamais tiveram em toda a sua vida. Fragilizada, a democracia pode ou n�o servir apenas de um meio de se atingir esses objetivos. Em todos, outra coincid�ncia: de uma forma ou de outra, a experi�ncia nunca termina bem. Nem para quem mandava, nem para quem era mandado. Para estes �timos, em geral, as seq�elas s�o terr�veis e, em muitos casos, duradouras a ponto de anular toda uma exist�ncia. Por isso, leitor(a), n�o se preocupe e, sobretudo, continue quietinho(a) no seu canto, cuidando da sua vida. � tudo o que se espera de voc�. A essa altura, tudo o que voc� l� e ouve nos notici�rios dos jornais, revistas, r�dio e tev� j� representam o prel�dio do que se observou em outras bandas. Afinal de contas, como um dia ser�o os dizeres de nosso reformulado pavilh�o. "� assim mesmo." Fonte:
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| Por: Claudio Lessa | Imprimir |
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