Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 28-02-2007

SINAIS DOS TEMPOS
"As coisas t�m andado meio estranhas na terra brasilis. O pouco caso da bandidagem com a vida de inocentes parece ser a t�nica das manchetes policiais dos �ltimos meses, revelando, a meu ver..."
SINAIS DOS TEMPOS


As coisas t�m andado meio estranhas na terra brasilis. O pouco caso da bandidagem com a vida de inocentes parece ser a t�nica das manchetes policiais dos �ltimos meses, revelando, a meu ver, o desrespeito e o pouco caso dos marginais em rela��o � pol�cia, ao judici�rio, � sociedade, enfim, �s institui��es em si.

Os recentes casos, do inc�ndio criminoso do �nibus da Via��o Itapemirim, que culminou, inclusive, na morte recente da Fernanda Daibert, e o do menino Jos� H�lio, arrastado impiedosamente do lado de fora do carro por marginais, o que acabou por decepar a cabe�a da crian�a, que contava com apenas nove anos de idade, ambos ocorridos no Rio de Janeiro, refletem bem esses sinais dos tempos que estamos vivenciando.

As empresas de seguran�a est�o faturando como nunca, escoradas no medo end�mico que assola as grandes cidades e a m�dia parece se deleitar com a veicula��o de not�cias do naipe desses dois casos aos quais me refiro.

As igrejas que n�o t�m o compromisso verdadeiro com a f�, onde n�o se vislumbra a verdadeira miss�o que deveria lhes nortear, se aproveitam desses fatos para alardear que o fim do mundo est� pr�ximo, com o objetivo de arrecadar mais e mais ofertas de suas ovelhas, prometendo riquezas aos seus fi�is ainda nesta vida terrena, cujo fim est� pr�ximo, segundo pregam.

Parece que estamos num caminho sem volta, onde, num futuro bem pr�ximo, nem em cidades pequenas teremos mais sossego, o que nos obrigar� a cada vez mais tentarmos alguma forma mais efetiva de prote��o, como a instala��o de sistemas de seguran�a e alarme residenciais, aquisi��o de armas de fogo, mudan�as de h�bitos regulares por medo de sermos assaltados, enfim, buscando formas e formas de cada vez mais nos engaiolarmos.

Mas isso deveria ser exatamente o contr�rio, n�o? Os bandidos � que deveriam estar dentro das grades e n�o os cidad�os de bem.

O neo-fil�sofo-encarcerado Marcola j� pregou que criou-se uma sociedade ap�trida dentro da p�tria, que tem regras pr�prias e que pouco se lixa para o que a sociedade dita "de bem" pensa.

O fato � que parece que essa marcha n�o pode ser detida, pois as diferen�as sociais cada vez s�o mais vis�veis e n�o se v� nada de concreto sendo feito por quem det�m o poder, preocupados que est�o com a manuten��o de seus privil�gios.

Exemplos disso s�o dois fatos recentes: a vergonhosa manobra dos deputados federais em engordarem seus contra-cheques em mais de 90% e a imin�ncia do Supremo Tribunal Federal dar carta branca aos pol�ticos para cometerem atos de improbidade administrativa.

Tive um professor de p�s-gradua��o que conceituava direito da seguinte forma: "conjunto de normas criadas para a manuten��o de privil�gios". E parece que isso � uma verdade daquelas incontest�veis, pois � isso que vemos constantemente acontecer nos tabl�ides e na telinha.

Sobre esses privil�gios, vale a pena comentar um fato grave ocorrido essa semana no �mbito da administra��o p�blica municipal de Marata�zes. Dizem que uma assessora de algu�m do primeiro escal�o estava sendo agraciada com o uso do ve�culo oficial do �rg�o para fins particulares, fora do hor�rio de expediente da prefeitura e tamb�m nos finais de semana.

Parece tamb�m que o prefeito, indignado com esse fato comprovado, mandou buscar o ve�culo � for�a, deixando a mo�oila a p� em Cachoeiro em pleno s�bado.

Essa not�cia deve ser maravilhosa para quem anda de �nibus, utiliza-se de bicicleta, anda a p�, ou mesmo paga do pr�prio bolso o combust�vel do carro para se locomover, n�o � mesmo?

Dizem ainda que o dono da pasta pediu exonera��o ao prefeito, de tanta vergonha que ficou do flagrante do uso indevido do ve�culo oficial.

Dou um doce para quem descobrir quem foram os artistas desse teatro vergonhoso, cuja pe�a tem atos de levantar o cabelo dos mais c�ticos.

E viva a democracia!

    Fonte: O Autor
 
Por:  Ronald Mignone    |      Imprimir