Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 27-03-2007

APRENDENDO COM AS FLORES
O leitor Gerson Luiz conta a hist�ria de uma rosa que queria a companhia das abelhas, mas nenhuma vinha at� ela
APRENDENDO COM AS FLORES

Aprendendo com as flores

Por que continuar lutando

O leitor Gerson Luiz conta a hist�ria de uma rosa que queria a companhia das abelhas, mas nenhuma vinha at� ela.
Mesmo assim, a flor ainda era capaz de sonhar. Ao sentir-se s�, imagi�nava um jardim coberto de abelhas, que vinham lhe beijar. E conseguia resistir at� o pr�ximo dia, quando tornava a abrir suas p�talas.
- Voc� n�o est� cansada? - deve ter perguntando algu�m.
- N�o. Preciso continuar lutando - responde a flor.
- Por qu�?
- Porque, se eu n�o me abrir, eu murcho.

Aprendendo a ver

Buda reuniu seus disc�pulos, e mostrou uma flor de l�tus.
- Quero que me digam algo sobre isto que tenho nas m�os.

O primeiro fez um verdadeiro tratado sobre a import�ncia das flores. O segundo comp�s uma linda poesia sobre suas p�talas. O terceiro inventou uma par�bola usando a flor como exemplo.
Chegou a vez de Mahakashyap. Este aproximou-se de Buda, cheirou a flor, e acariciou seu rosto com uma das p�talas.
- � uma flor de l�tus - disse Mahakashyap. - Simples, como tudo que vem de Deus. E bela, como tudo que vem de Deus.
- Voc� foi o �nico que viu o que eu tinha nas m�os - foi o coment�rio de Buda.

Em busca de um s�bio

Durante dias o casal caminhou quase sem conversar. Finalmente chegaram no meio da floresta, e encontraram o s�bio.
- Minha companheira quase n�o falou comigo durante a viagem - disse o rapaz.
- Um amor que n�o tem sil�ncio � um amor sem profundidade - respondeu o s�bio.
- Mas ela nem mesmo disse que me amava!
- H� pessoas que vivem dizendo isto. E terminamos por desconfiar da verdade de suas palavras.

Os tr�s sentaram-se em uma pedra. O s�bio apontou para o campo de flores ao redor.
- A natureza n�o fica repetindo o tempo todo que Deus nos ama. Mas atrav�s de suas flores, compreendemos isto.

Na loja de flores

A mulher caminhava por um centro comercial quando reparou no cartaz: uma nova loja de flores. Ao entrar, levou um susto; n�o viu nenhum vaso, nenhum arranjo, mas era Deus, em pessoa, que estava atenden�do no balc�o.
- Pode pedir o que quiser - disse Deus.
- Quero ser feliz. Quero paz, dinheiro, capacidade de ser compreendida. Quero ir para o c�u quando morrer. E quero que tudo isto seja tamb�m concedido aos meus amigos.

Deus abriu alguns potes que estavam na prateleira atr�s dele, tirou v�rios gr�os de dentro, e estendeu para a mulher.
- A� est�o as sementes - disse. � Comece a plant�-las, porque aqui n�s n�o vendemos os frutos.
 



    Fonte: O Autor
 
Por:  Paulo Coelho    |      Imprimir