Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 01-08-2007

MARATAÍZES DE CIDADE TURÍSTICA À CIDADE FANTASMA
Contraditoriamente, ao que a maioria pode pensar, à premissa do título pode representar para Marataízes mais oportunidades do que propriamente problemas.
MARATAÍZES DE CIDADE TURÍSTICA À CIDADE FANTASMA

Contraditoriamente, ao que a maioria pode pensar, à premissa do título pode representar para Marataízes mais oportunidades do que propriamente problemas.

A contradição fica clara tomando como exemplo a cidade de São Paulo, maior cidade brasileira em número de habitantes e cujas estimativas a projetam para ser em breve a segunda maior do mundo. Lá, em termos gerais o que predomina é o caos. São Paulo é a evidência que a relação: urbanização desordenada + miséria, são pontos que determinam a violência urbana, atualmente um dos maiores fatores para degradação da qualidade de vida.

Por outro lado, são os Estados brasileiros mais pobres que apresentam os mais baixos índices de violência no país, comprovando que a miséria, por si só, não é fator determinante para a criminalidade, mas quando aliada à urbanização desordenada (condições de vida precária, falta de policiamento, de saúde, etc), torna-se naturalmente causa determinante da violência (dos homicídios, roubos, seqüestros, estupros, etc.).

Tomando como exemplo a maior cidade brasileira em números de habitantes, fica fácil concluir que número de pessoas não é fator de desenvolvimento e muito menos de qualidade de vida em uma cidade.

Há, então está tudo bem em Marataízes? Não é bem assim. Muito pelo contrário. Marataízes é uma cidade que experimentou certo sucesso como sociedade, mas hoje mergulha cada vez mais fundo em suas mazelas, experimentando novos sabores como: o da alta imigração de nativos (éramos 33 mil, estimava-se que seríamos 36, mas vamos regredir mesmo é para os 28 e pouco); do desrespeito com a educação (professores tendo de paralizar suas atividades por falta de pagamento salarial); da defasagem de consciência ética (falta de irresignação do povo); dos bolsões de miséria (drogas, desemprego, degradação na qualidade de vida urbana e rural); do mau assessoramento nas políticas públicas (ineficiência, descrédito da classe política, ausência de obras fundamentais, exígua transparência na gestão, má remuneração de pessoal), enfim, citando apenas estes, entre tantos outros fatores que contribuem dia-a-dia para a caracterização do nosso título.

Mas então onde está a citada oportunidade.

A oportunidade está justamente no fato de sermos uma cidade pequena, o que torna mais fácil sabermos onde estamos e para onde estamos caminhando. Assim, em nossa cidade é mais fácil verificarmos onde estamos errando.

Em nossa cidade é mais fácil conhecer a vida pregressa dos políticos candidatos, dos assessores escolhidos, enfim, é mais fácil acompanhar, fiscalizar e cobrar no dia-a-dia as mudanças de rumos necessárias.

Então o que está faltando em nossa cidade é mais civilidade? Isso, por aqui está faltando mais pessoas interessadas em observar as formalidades e conveniências em uso na nossa sociedade. Pessoas dispostas a se indignar, cobrar, mas, sobretudo, mostrar caminhos para que Marataízes não se torne uma cidade fantasma, mas sim uma pequena e gostosa cidade.

    Fonte: O Autor
 
Por:  Renato Alves    |      Imprimir