Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 23-10-2007

ASSÉDIO MORAL: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS
Já escrevi neste Maratimba.com a respeito do tema em questão, no entanto, o repriso, dada a seriedade do assunto
ASSÉDIO MORAL: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS

Já escrevi neste Maratimba.com a respeito do tema em questão, no entanto, o repriso, dada a seriedade do assunto. Sua abordagem pela Rede Globo de Televisão, através do programa Fantástico, exibido domingo (22/10/2007) foi e é de extrema importância e necessidade. Penso que tal matéria deve ser propagada entre todos os meios. E para que mais e mais pessoas tomem conhecimento desse mal.

O assédio moral, apesar de pouco divulgado, acontece com muita freqüência no Brasil, incidindo praticamente em todo o país. Infelizmente a grande maioria das pessoas assediadas moralmente desconhece seus direitos, não sabe que os têm e, comumente, não percebe que está sendo vítima de agressão por parte dos assediadores, tamanha a ‘criatividade’. O assediado deverá denunciar tal prática no Ministério da Saúde ou na Delegacia Regional do Trabalho nos endereços relacionados ao final desta matéria.

O funcionário de uma determinada empresa ou o servidor público, efetivo, contratado ou em comissão, exposto mais de uma vez a situações humilhantes no trabalho, sentindo-se ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, constrangido, ultrajado, inútil, magoado, revoltado, perturbado, mortificado, envergonhado, está sendo vítima de assédio moral.

Para os advogados, entre vários outros exemplos, ameaçar com demissão também é assédio moral e muitos funcionários sofrem, constantemente, violência psicológica e constrangimento, mas não se dão conta de que é preciso coibir e punir os agressores. Muitos apenas não reagem às transgressões por se considerarem, enquanto vítimas do assédio moral e sem o saberem que o estão sendo, pessoas portadoras de patologias frágeis.

Quando o trabalhador se conscientiza do seu potencial é que o assédio se inicia, ou seja, quando uma vítima reage ao autoritarismo de um chefe, ou se desobriga a deixar-se jugular. É sua habilidade em resistir à autoridade, apesar das pressões, que o leva a se tornar um alvo.

Segundo os psicólogos em pleno Século XXI o fato se repete frequentemente durante a jornada de trabalho e no exercício das funções de vários empregados. Muitos deles afirmam acontecer tais fatos em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, ocorrendo conduta negativa, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistirem do emprego, o que causa transtorno individual e até em casa com a família.

Os representantes dos Direitos Humanos afirmam que os empregados assediados acabam por se degradarem psicologicamente, resultando prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. Declaram que quando a vítima é isolada sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada, perseguida e desacreditada diante dos pares, entra em depressão, o que acarreta prejuízo, inclusive, financeiro.

Estudos multidisciplinares mostram que o funcionário, por medo do desemprego, se submete a tamanho desrespeito e, gradativamente, se desestabiliza e se fragiliza, 'perdendo' sua auto-estima. A humilhação repetitiva interfere na vida deste, de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental.

Informações contidas no www.assediomoral.org, dão conta de que o fenômeno se caracteriza por relações autoritárias e desumanas, predominando os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade. Também está à pressão para produzir com qualidade e baixo custo. O medo não voltar ao mercado formal de trabalho favorece a submissão e fortalecimento da tirania.

Estudiosos do objeto em questão asseguram a necessidade de se aprender à por em prática a luta contra o assédio moral no trabalho observando algumas estratégias do agressor como: impedir que a vítima se expresse, menosprezá-la em frente aos pares, culpabilizá-la, responsabilizá-la publicamente (podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar), desestabilizá-la emocional e profissionalmente, entre outros.

Pesquisadores e especialistas na tese apontam outros rastros de assédio moral: difamação, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, indiferença à presença do outro, exposição em situações vexatórias. E garantem que o leque é maior, citando: ignorar a presença do funcionário, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do subordinado, não explicar a causa da perseguição.

Os peritos revelam que os funcionários-modelos são o alvo principal do agressor. Eles asseguram que a chefia se sente ameaçada de perder a posição de liderança, vez que as qualidades do subordinado podem superar as suas, possibilitando uma ascensão do funcionário na organização. Esta competição em função dos métodos de gerência atuais, dá margem à prática do assédio moral, não importando as táticas.

Os ameaçados devem procurar um advogado, um defensor público ou ainda efetuar a denúncia num dos seguintes endereços: Ministério da Saúde - Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, à Rua João Caetano, 33, Ed. Pres. Vargas, 10° andar - Centro - Vitória – ES - CEP: 29016-200, nos telefones 27) 3381-3332 ou 3381-2945 ou 3381-3331 ou 3381-3214 ou 3381-3213, ou ainda através do e-mail: [email protected] ou na Delegacia Regional do Trabalho - Núcleo Pró-Igualdade no Trabalho que fica à Rua 23 de Maio nº 79, Centro - Vitória-ES CEP 29018-200. Os telefones são: (27) 3232-3830 / 3232-3804. Fax: (27) 3232-3806 ou http://www.mte.gov.br/delegacias/es link Denúncia On-Line.

Fonte: O Autor
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir