Governo tenta salvar mandato de aliado e aprovar prorrogação da CPMF. Sessão para votar pedido de cassação de Renan deve ocorrer na quinta.
Foto: www.claudiohumberto.com.br O Palácio do Planalto fechou um acordo para salvar o mandato do aliado e ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e, ao mesmo tempo, aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".
A publicação informa que, pelo acordo, Renan considera "fato consumado" a renúncia à presidência do Senado, o PMDB dá o maior número possível de votos para salvar o mandato do ex-presidente do Senado e ajudar na prorrogação da CPMF, e a bancada do PT, com 12 senadores, aproveita que o voto é secreto para também descarregar a maioria dos votos a favor de Renan.
O acordo teria sido fechado em reunião realizada na quarta-feira (14). Além do presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), teriam participado das articulações o ministro Walfrido Mares Guias (Relação Institucionais), o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e o presidente Lula.
Em entrevista ao G1, na sexta-feira (16), Lobão afirmou que Renan apenas aguarda a votação do relatório que pede a cassação do seu mandato para anunciar a renúncia. "Acredito que uma vez resolvido isso na quinta-feira, ele prontamente desistirá da presidência do Senado, continuando senador caso seja absolvido pelo plenário", disse.
A sessão marcada para votar o pedido de cassação de Renan deve ocorrer na próxima quinta-feira (22).
Ameaça
Ainda de acordo com reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", Renan espera obter o voto da maioria dos senadores por avaliar que a acusação de ter sociedade fantasma com um usineiro em emissoras de rádio e em um jornal é uma ameaça a outros colegas que também são donos de veículos de comunicação em associações com prepostos, laranjas e afins.
Na avaliação do Planalto e de Renan, "já está de bom tamanho o nível de solidariedade" para sua absolvição. Na outra ponta, porém, o governo demonstra empenho especial na salvação do senador alagoano porque "o nível de solidariedade em cima da CPMF não é bom". Um assessor de Lula definiu assim a situação para a votação da contribuição: "Não podemos arriscar nada, mas nada mesmo".
Acordo prepara renúncia de Renan, diz jornal. Governo tenta salvar mandato de aliado e aprovar prorrogação da CPMF. Sessão para votar pedido de cassação de Renan deve ocorrer na quinta.
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