Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 19-12-2007

'Mordi o pit bull para salvar meu irmão'
Ataque aconteceu em 24 de novembro, em Jaboatão dos Guararapes (PE)
'Mordi o pit bull para salvar meu irmão'
Foto: Guga Matos/JC Imagem

A jovem que lutou com dois cães da raça pit bull para salvar o irmão de 8 anos, em Jaboatão dos Guararapes (PE), sabe que ainda vai levar muito tempo para que sua rotina volte ao normal. Ela passou por cirurgias e ficou internada 19 dias. O ataque aconteceu em 24 de novembro.

Diariamente, Danielle Ferreira, de 22 anos, faz tratamento com fisioterapeutas e fonoaudiólogos para reaprender a falar e a respirar, após passar por cirurgias de reconstrução da face. Ela também se submete a sessões de drenagem linfática para aliviar o inchaço do rosto.

Danielle contou ao G1 que ficou transtornada quando viu o irmão, Pedro Henrique José da Silva, ser atacado e está convicta de que, se não tivesse interferido, o garoto teria morrido. "Ouvi minha mãe pedindo para ele descer do muro onde estava sentado e eu fui ajudá-lo. Foi quando o cachorro do vizinho mordeu a bermuda dele e o puxou", diz Danielle, que pulou o muro para socorrer o irmão e viu o momento em que o pit bull do vizinho mordeu a nuca do garoto.

"Fiquei tão transtornada que comecei a chutar o bicho, mas ele não soltava, então eu me atraquei com ele, bati muito. Até mordi o pit bull para salvar meu irmão, foi quando o cachorro largou Pedro", afirma. O cão soltou o irmão e mordeu Danielle. Pouco depois, o outro pit bull que estava no quintal também atacou a jovem. Dois vizinhos que passavam pelo local socorreram a garota e o menino.

Um dos rapazes atirou em um dos animais, que morreu. O outro cão fugiu, mas reapareceu alguns dias depois e continua na casa da vizinha, segundo Danielle. Ela disse que os donos dos cães não ajudaram a pagar as despesas. "Eles falaram comigo apenas uma vez após o ataque", diz.

Otimismo
Apesar de estar com o cabelo raspado, por causa de uma cirurgia na cabeça, e com o rosto ainda inchado, Danielle procura se manter otimista. "Agora não é hora de pensar em vaidade. O importante é que estou viva e salvei meu irmão. Faria tudo novamente se fosse preciso", diz.

A jovem contou que médicos estimam que sua recuperação demore cerca de um ano e meio. "Meu rosto ainda está com muitos pontos, não consigo mastigar e só me alimento com líquidos. No ano que vem, vou fazer plásticas para tentar acabar com as cicatrizes, mas não é o que me preocupa agora."

Danielle, que está no último semestre do curso de Zootecnia, lamenta apenas que o ataque fez com que desistisse de muitos planos. Ela pretendia fazer um estágio no exterior, mas não poderá ir por causa do tratamento prolongado.

'Mordi o pit bull para salvar meu irmão'.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir