Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 27-12-2007

Ex-premiê Benazir Bhutto morre em atentado no Paquistão.
Governo diz que foi um atentado suicida. Bhutto era uma das principais líderes da oposição no país
Ex-premiê Benazir Bhutto morre em atentado no Paquistão.
Foto: google

A ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto morreu nesta quinta-feira (27) em um atentado a bomba no Paquistão.

Ela participava de um comício político na cidade de Rawalpindi, a 12 Km da capital, Islamabad. De acordo com fontes policiais, Benazir foi baleada no pescoço por um atacante antes de ele detonar a bomba.

Ela morreu por causa dos ferimentos no hospital. "O atacante disparou e depois se explodiu", afirmou uma das fontes policiais.

Irfan Elahi, chefe da administração da cidade de Rawalpindi, afirmou à televisão estatal que a causa da morte foi um ferimento na cabeça, mas que estão sendo esperados os resultados do exame post-mortem.

Bhutto retornou ao país em outubro, depois de anos de exílio, e era considerada uma das favoritas nas eleições parlamentares de 8 de janeiro.

Ao menos 20 pessoas morreram neste atentado a bomba. Há cerca de 40 feridos.

Segundo o ministro do Interior, foi uma ação suicida. "Foi um atentado. Não sabemos ainda o número certo de vítimas. O suicida provocou a explosão quando as pessoas estavam se dispersando depois da manifestação de Bhutto", afirmou o porta-voz do ministro, Javad Iqbal Cheema.

Wasif Ali Khan, membro do partido de Bhutto que estava no hospital de Rawalpindi, confirmou a morte. "Às 18h16 (11h16 pelo horário do Brasil), ela morreu", disse Ali Khan.

Benazir morreu em decorrência de ferimentos no pescoço e no peito, quando se preparava para deixar o ato político. Mas ainda não está claro se os ferimentos foram causados por balas disparadas por uma arma ou por estilhaços da bomba. O agressor se matou logo após atingir a ex-premiê, afirmou Rehman Malik, assessor de segurança de Bhutto.

A morte de Bhutto, uma líder política carismática de 54 anos, pode complicar ainda mais o já conturbado momento político que o país vive. Autoridades paquistanesas e estrangeiras temem protestos em massa e novos atos de violência nos próximos dias.

Tiroteio
Horas antes, em outro ato de violência no Paquistão, desta vez em Islamabad, pelo menos quatro pessoas morreram em tiroteios durante um comício do ex-premiê Nawaz Sharif, outro líder da oposição.

"Quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas", disse à France Presse um oficial da polícia de Islamabad, Syed Kalim Imam.

O incidente aconteceu em um subúrbio da capital, quando militantes do partido de Sharif preparavam bandeiras antes da chegada de seu líder e uma briga teve início.

A violência no Paquistão
A morte de Benazir Bhutto é a última ocorrência de uma série sem precedente de atentados suicidas na história do Paquistão.

O mais sangrento até o momento aconteceu durante uma manifestação do partido de Bhutto em 18 de outubro, quando dois homens-bomba mataram 139 pessoas em uma gigantesca passeata de simpatizantes que celebravam, em Karachi), o retorno da ex-premiê após seis anos de exílio.

Nessa ocasião, Bhutto escapou ilesa -porque estava dentro de um caminhão blindado à frente do cortejo.

Na última quarta-feira, o presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, afirmou ao colega afegão, Hamid Karzai, que visitava Islamabad, que o terrorismo islâmico está "destruindo" os dois países.

Crise recente
No mês passado, o Paquistão entrou uma grave crise interna, após o presidente Pervez Musharraf declarar estado de exceção no país, poucos dias antes de a Corte Suprema se pronunciar sobre a legalidade de sua recente reeleição como chefe de Estado.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir