Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 20-01-2006

O verão em Marataízes acabou...
Foi se o tempo em que a cidade de Marataízes era conhecida pelas suas praias de exuberante beleza e pelos verões inesquecíveis
O verão em Marataízes acabou...

Foi se o tempo em que a cidade de Marataízes era conhecida pelas suas praias de exuberante beleza e pelos verões inesquecíveis que a cidade proporcionava a todos que ali passavam.

Devo minha existência, literalmente, ao charme da cidade. Isso mesmo, foi nas areias da praia central de Marataízes, que hoje pouco se vê, que o meu pai e minha mãe se conheceram.

Cresci ouvindo coisas maravilhosas contadas pelos meus pais, tios e parentes sobre a cidade. Entusiasmados, contavam coisas sobre a pracinha central da cidade onde foram disputados jogos de vôlei memoráveis e sobre um local de terra batida chamado CABANA que ficava lotado de gente para curtir.

Lógico que não faltava historias sobre o Iate Clube, lugar onde desfilaram os mais famosos artistas brasileiros como Jô Soares, Chico Anísio, Golias e até o Rei Roberto Carlos.

As historias são divertidas e inesquecíveis como a vez que nosso eterno maratimba, MUSSUM, ganhou de um corredor famoso convidado pelo Iate Clube para competir nos jogos de verão.

Naquela época o carnaval no Iate era considerado o melhor do Estado. Lembro que meu tio me levava desde novo a piscina do Iate no dia seguinte ao carnaval para mergulhar e achar as coisas perdidas pelos foliões na hora do banho de piscina. Piscina onde anos depois eu mesmo iria perder minha carteira e relógio.

Mas minha vida em Marataízes não se reduz a historias contadas. Vivi muita coisa nesse cidade maravilhosa, coisas que não poderia esquecer jamais como os banhos de piscina no último dia de carnaval ao ritmo da banda do Zé Nogueira que assim como a banda do Titanic, tocavam até o apagar das luzes, alias, até o nascer do sol em frente ao Praia Hotel.

Lembro das partidas de futebol que joguei com amigos na quadra do Iate e nas areias da praia central, amigos estes que apesar de não encontrar muito, estão na minha memória como Elcinho, Barãozinho, Marcel, Netinho, Thiago, Fabrício, Leonardo, Leandro, Luccas, Matheus, Luciano, Mineiro e muitos outros que jamais esquecerei.

Como esquecer das noites não dormidas que passei no bar Veleiros, ouvindo o som contagiante de Laurinho, Fabrício Coelho, Cláudio Madureira, César Madureira e cia.

Nesta época as festas eram demais. O Reveillon, a noite do Havaí, os desfiles da Garota Verão, o futebol dos artistas na praia central, sem contar os shows de Kid Abelha, Capital, Engenheiros e muitos outros que balançavam as paredes do clube.

Hoje, muita coisa mudou, as areias da praia central, palco de jogos, namoros e eventos, resolveu nos abandonar. O bar Veleiros, assim como um barco que parte devagar, se foi. O Iate Clube, local onde se iniciaram inúmeros namoros que se transformaram em casamento, hoje está acabado. Alias, antigamente, a nata da sociedade freqüentava o clube que hoje por apenas cinco reais abre as portas de sua piscina para quem quiser. As suítes que outrora recebeu Jô Soares e Roberto Carlos, hoje moram baratas e ratos.

Meu pai me contava estórias sobre Marataízes, eu terei algumas para contar aos meus filhos que um dia virão, e meus filhos o que irão contar?

Pode ser que eles contem sobre a vez que estavam no trio elétrico de Marataízes e bandidos mataram um professor. Pode ser que contem sobre as brigas no trio elétrico ou sobre as peladas que não puderam jogar com os amigos na praia central. Quem sabe contem sobre as vezes que não puderam paquerar na pracinha do centro devido a grande quantidade de barraquinhas de camelo ou do Iate Clube que não chegaram nem a conhecer.

De todas as perdas que tive, a maior são a dos amigos, não que perdi, mas que deixei de reencontrar nos verões que passo até hoje na cidade de Marataízes. Muitos já não passam os verões por aqui. Apesar de tudo eu continuo vir, e a 27 verões venho a Marataizes, e acredito que as coisas podem melhorar.

Na verdade quando se chega ao fundo do poço não há possibilidade de descer mais. Confio na capacidade do atual Prefeito, Toninho, e em tudo que pode e deve ser feito pelo município.

Finalmente, termino este texto triste e feliz. Triste porque percebi as coisas que se foram e feliz porque a minha memória não se foi e posso todos os dias lembrar dos verões inesquecíveis e eternos que passei em MARATAÍZES.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Alexandre Sabra Baião Sá    |      Imprimir