Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-12-2007

Contagem de votos aponta vitória da oposição no Quênia
Raila Odinga, que faz campanha como defensor dos pobres, tem cerca de 57% dos votos
Contagem de votos aponta vitória da oposição no Quênia

A oposição parece estar à frente das eleições no Quênia com larga vantagem, de acordo com resultados preliminares divulgados na última sexta-feira (28), com um desafiante populista determinado a ocupar o lugar do atual presidente e diversos ministros importantes removidos de seus cargos.



De acordo com os resultados parciais divulgados pelas três estações de TV do Quênia, Raila Odinga, um executivo extravagante que faz campanha como defensor dos pobres, tem cerca de 57% dos votos, comparado a menos de 40% de Mwai Kibaki, o atual governante, conhecido por ter impulsionado a economia do Quênia e por favorecer sua própria tribo. Um fato mais significativo talvez seja o aumento do número de perdas entre os colaboradores mais próximos de Kibaki.

O ministro das relações exteriores, o ministro da informação o vice-presidente e mais de doze outros políticos considerados como sendo o núcleo da situação político-econômica queniana perderam seus lugares no Parlamento e, por conseqüência, seus cargos influentes. Parece que os ataques devastadores de Odinga e seu partido, o Movimento Democrático Laranja, atingiram o alvo.



Os 14 milhões de eleitores do Quênia" que compareceram às urnas em número recorde na última quinta-feira, com muita gente esperando horas em filas de mais de um quilômetro, estavam realmente desesperados pro mudanças. Odinga, 62 anos, prometeu compartilhar os frutos da prosperidade crescente do Quênia de maneira mais igualitária e dar um fim ao padrão de favoritismo tribal que tem sido o cerne da política do Quênia desde sua independência em 1963.



"Este voto é mais anti-Kibaki do que pró-oposição", declarou Chweya Ludeki, professor de ciência política da Universidade de Nairóbi. "O presidente tem feito um trabalho ruim em termos de equilíbrio étnico". Até agora, o período eleitoral tem sido relativamente pacífico, com alguns focos de violência isolados, mas sem uma turbulência generalizada. Observadores estrangeiros das eleições, incluindo o embaixador americano no Quênia, têm elogiado o processo, dizendo que foi livre e justo, embora às vezes um pouco caótico.

Mas o partido de Odinga agora alerta que se o governo não acelerar o processo de contagem de votos, a ansiedade poderá varrer o país causando grave violência. "A temperatura política está aumentando", afirmou Joseph Nyaga, líder do Movimento Democrático Laranja, que tirou seu nome da chamada revolução laranja na Ucrânia há alguns anos. O movimento afirmou que o comitê eleitoral não estava operando independentemente e que o governo estava contrariado por perder poder e por isso pressionou as autoridades eleitorais para atrasar os resultados.





Atraso nos resultados
"Nós vivemos no Quênia", declarou Nyaga. "Nós somos quenianos. Nós sabemos o que está se passando". Autoridades eleitorais negaram que haja uma conspiração para atrasar os resultados e disseram que o comparecimento recorde de eleitores e a beligerância envolvendo a eleição estavam atrasando o processo. "Estamos fazendo o melhor que podemos", afirmou Mani Lemayian, um porta-voz do comitê eleitoral queniano.

"Estamos divulgando os resultados o mais rápido que podemos". Ele afirmou que um vencedor talvez não seja declarado antes de sábado. Eleições contestadas são algo novo no Quênia. Durante a maior parte da história do país, o Quênia foi governado por um único partido. Kibaki, um economista renomado, deu fim a essa situação ao vencer a presidência em 2002 como líder da oposição queniana. Mas ele falhou em cumprir sua promessa de deter a corrupção, especialmente entre a elite Kikuyu, a tribo que tem dominado os negócios e a política locais desde a independência do Quênia.

Odinga afirma que será diferente. Para começar, ele é um Luo, outra grande tribo do Quênia, mas uma que muitos quenianos sentem que não recebeu o que seria justo. Ele também é uma mistura intrigante de privilégio e populismo. Seu pai era um homem de negócios rico e o primeiro vice-presidente do país, mas ao mesmo tempo adotou valores socialistas. Quando chegou a hora de fazer faculdade, o jovem Raila foi mandado para a Alemanha Oriental. Ele também batizou seu filho de Fidel em honra ao presidente de Cuba.

Contagem de votos aponta vitória da oposição no Quênia.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir