Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-01-2008

Chávez diz que buscará reféns por conta própria
Farc alegam que operações militares impossibilitaram entrega de reféns
Chávez diz que buscará reféns por conta própria
Foto: AFP

A missão Emmanuel para resgatar três reféns das Farc foi suspensa de modo indeterminado depois que a guerrilha alegou falta de condições para a libertação, mas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que a operação prosseguirá "por outras vias".

"Seguiremos esperando, não descartamos a possibilidade de que nos cheguem as coordenadas, temos um canal de comunicação. Nossos helicópteros estão lá e estarão lá, a menos que a Colômbia retire a permissão, disse Chávez na segunda-feira (31), após o aparente fracasso da missão.

Mais cedo, Chávez leu em um programa de TV uma carta das Farc na qual os insurgentes informavam que não era possível entregar os reféns por causa das intensas operações militares na região onde a operação aconteceria. O grupo alegou que insistir na entrega, "nestas condições, seria colocar em grave risco a vida das pessoas a libertar, o restante dos prisioneiros de guerra e os guerrilheiros designados para cumprir esta missão".

As Farc aceitaram entregar a uma missão internacional coordenada pela Venezuela e sob a proteção da Cruz Vermelha Internacional a ex-candidata à vice-presidência colombiana Clara Rojas, seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro, e a ex-congressista colombiana Consuelo González.

Para permitir a entrega dos três seqüestrados, Hugo Chávez defendeu um "cessar-fogo" unilateral. O governante venezuelano disse que estava "quase certo" de que os delegados internacionais da operação para receber os reféns cogitaram esta hipótese em reunião que tiveram nesta segunda em Villavicencio com o presidente colombiano, Álvaro Uribe.

Suspeita
O presidente colombiano afirmou nesta segunda que o governo suspeita de que Emmanuel, filho da seqüestrada ex-candidata à vice-Presidência Clara Rojas, estaria em Bogotá sob um nome falso e aos cuidados de um órgão oficial.

O governante colombiano disse na cidade de Villavicencio que no Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), em Bogotá, há uma criança de três anos e seis meses com características semelhantes às de Emmanuel, que nasceu em cativeiro.

Segundo Uribe, o menor procede da sede do ICBF em San José do Guaviare, capital do departamento do Guaviare e foi registrado com o nome de Juan David Gomez Tapiero.

Chávez se irritou com a insinuação e voltou a criticar o colega colombiano de "dinamitar" o processo. Diante deste cenário, os representantes internacionais de sete países, reunidos em Villavicencio para recebir os reféns que as Farc libertariam, decidiram interromper a participação na operação.

Corredor de segurança
Álvaro Uribe também anunciou nesta segunda-feira (31) que o governo autorizou a criação de um corredor de segurança na floresta do país para que as Farc entreguem os três seqüestrados a uma comissão internacional.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva na cidade central de Villavicencio, onde o chefe de Estado colombiano chegou para conversar com os fiadores internacionais e com o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre o processo de libertação de três reféns da guerrilha.

Uribe em Villavicencio
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, viajou nesta segunda-feira (31) à cidade de Villavicencio, base de operações da missão humanitária internacional que recolherá três seqüestrados que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prometeram libertar, informaram fontes oficiais.

Uribe, que descansa em um sítio do noroeste do país, se dirigiu a Villavicencio para reforçar as garantias de segurança para o sucesso da operação, afirmou o alto comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo.

Ele disse que Uribe quer ratificar pessoalmente aos delegados dos sete países e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) as garantias para a libertação da ex-candidata à Vice-Presidência Clara Rojas, de seu filho Emmanuel e da ex-congressista Consuelo González de Perdomo.

"Mantemos as garantias e temos toda a boa vontade e disposição", afirmou Restrepo à imprensa, acrescentando que "outras decisões serão tomadas pelos delegados" de Brasil, Argentina, Bolívia, Cuba, Equador, França e Suíça, que desde sábado aguardam em Villavicencio as coordenadas do local onde os seqüestrados serão entregues.

Ele disse que o governo colombiano compreende que hoje é dia 31 de dezembro e que há uma longa espera e uma "grande incerteza" em torno da libertação.

"Que fique claro que quem descumpriu o acordo foram as Farc, que não deram a informação" sobre as coordenadas, disse Restrepo.

Segundo o funcionário, aparentemente "o canal de comunicação com as Farc não está funcionando". Ele acrescentou que os membros do Governo colombiano não estão surpresos com que a guerrilha não tenha cumprido o combinado.

Chávez diz que buscará reféns por conta própria.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir