Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 02-01-2008

Onda de violência no Quênia já deixa mais 300 mortos.
Depois de muitos e muitos atentedos, a onda de violência ainda não sesou, e os mortos já chegam a pouco mais de 300.
Onda de violência no Quênia já deixa mais 300 mortos.
Foto: google

Oposição no Quênia se recusa a conversar com presidente sem mediação internacional
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O chamado do presidente do Quênia, Mwai Kibaki, para um encontro com parlamentares da oposição nesta quarta-feira não foi atendido. Kibaki pretendia reunir os líderes em uma tentativa de apaziguar o país após a morte de 300 pessoas durante os violentos distúrbios pós-eleitorais.

O líder da oposição, Raila Odinga, do Movimento Democrático Laranja, afirmou que só aceitaria uma mediação internacional. "Nós não dialogamos com ladrão. Não estamos interessados em conversar com Kibaki sem mediação internacional", disse a repórteres.

O presidente do Gana e da União Africana, John Kufuor, chamado pelas nações ocidentais para interceder na crise, esperava para conversar com Kibaki antes de partir para o Quênia. Segundo o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, Kufur chegará ao país nesta quinta-feira para reunir-se com Kibaki e Odinga. A Secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, também deve conversar com o presidente queniano.

Odinga convocou para esta quinta-feira um protesto de massa no país, o que aumenta o temor de que o derramamento de sangue poderia ficar ainda pior. De acordo com grupos humanitários, a onda de violência deixou também 100 mil pessoas desabrigadas.

"A manifestação que nós preparamos para amanhã deverá ser pacífica", afirmou Odinga à Associated Press. "O propósito é estabelecer uma comunicação com o nosso povo, informá-los quem nós somos e o que queremos".

Governo e oposição acusam-se pela onda de violência que se espalha pelo país há cinco dias.

"Está ficando claro que esses atos de genocídio e limpeza étnica no Quênia foram planejados, financiados e ensaiados pelos líderes do Movimento Democrático Laranja antes das eleições", afirma um comunicado lido nesta manhã pelo ministro Kivutha Kibwana.

Os apoiadores de Odinga, porém, lançam as mesmas acusações ao governo do presidente Mwai Kibaki.

A onda de violência se agravou no último domingo, quando a Comissão Eleitoral do Quênia declarou Kibaki vencedor das eleições. A oposição alega que mais de 1 milhão de votos foram fraudados.

"Há relatórios independentes sobre sérias irregularidades na contagem dos votos" disse o ministro britânico de Relações Exteriores, David Miliband, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, em uma nota conjunta. Eles chamaram por um "intenso processo legal e político" para dar fim à crise.

A reação contra o resultado eleitoral desencadeou também uma batalha entre as tribos rivais Luo e Kikuyu [grupo étnico de Kibaki]. Segundo o chefe da Cruz Vermelha para o Quênia, a violência étnica provocou uma boa parte das mortes.

Grupos ligados aos direitos humanos acusam as forças de segurança do Quênia pela repressão brutal aos protestos da oposição.

Durante os distúrbios, oficiais chegaram a receber ordens de atirar para matar caso fosse preciso para conter os manifestantes.

Massacre em igreja

Nesta terça-feira, uma multidão incendiou uma igreja, matando cerca de 50 pessoas que buscavam se proteger dos confrontos étnicos.

O fogo queimou uma igreja perto da cidade de Eldoret, onde centenas de membros da tribo Kikuyu, de Kibaki, haviam se abrigado. Testemunhas afirmam que corpos queimados, inclusive de mulheres e crianças, estavam entre as ruínas da construção.

"É a primeira vez na história do Quênia que um grupo ataca uma igreja. Nunca esperamos que a selvageria fosse tão longe", afirmou o porta-voz da polícia Eric Kiraithe.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir