Categoria Politica  Noticia Atualizada em 03-01-2008

Remarcação de eleições acalma crise política no Paquistão
A crise política que atingiu o Paquistão parecia ter se estabilizado nesta quinta-feira
Remarcação de eleições acalma crise política no Paquistão
Foto: K.M. Chaudary/AFP

ISLAMABAD (Reuters) - A crise política que atingiu o Paquistão parecia ter se estabilizado nesta quinta-feira, quando os partidos já se preparavam para as eleições, adiadas para o dia 18 de fevereiro, depois do assassinato da líder oposicionista Benazir Bhutto.

Não foram registrados protestos contra o adiamento, anunciado na quarta-feira, apesar das objeções dos dois principais partidos da oposição, que queriam que o pleito fosse realizado na data prevista, 8 de janeiro.

"Os incidentes de violência se reduziram, nesse sentido pode-se dizer que a situação melhorou", disse o analista político e ex-ministro Shafqat Mahmood. "Mas as questões que dividem o país permanecem, e a figura que causa mais discórdia é a do próprio Musharraf", disse ele, referindo-se ao presidente Pervez Musharraf, que governa o país desde 1999, quando tomou o poder em um golpe militar.

O assassinato da carismática ex-premiê e os protestos violentos que se seguiram a ele suscitaram dúvidas sobre a estabilidade e a transição do Paquistão para o governo democrático. Além de possuir armas nucleares, o país é um aliado crucial da a guerra contra o terrorismo promovida pelos Estados Unidos.

Musharraf cedeu à pressão para permitir uma investigação internacional do assassinato. Ele disse em pronunciamento à TV ter certeza de que militantes da Al Qaeda estão por trás do crime. Benazir tinha prometido reprimir a militância e já havia sido ameaçada por líderes do grupo.

Muitos paquistaneses, entretanto, acreditam no envolvimento de inimigos políticos de Benazir Bhutto, e cresce a hostilidade contra Musharraf. "Eu defendia o presidente, mas agora o que ele fez com o PPP (Partido do Povo do Paquistão, de Bhutto) foi péssimo. Vou votar no PPP", disse David Bernard, gerente da Unilever em Karachi.

Musharraf, cuja reeleição, em outubro, ainda é questionada pela oposição, vai precisar de apoio na próxima legislatura, e deve tentar se aproximar do PPP, segundo analistas. Mas não será fácil.

"A revolta com a morte de Benazir Bhutto permanecerá por muito tempo", observou Mahmood. Ela foi morta em um ataque suicida a tiros e a bomba quando deixava um comício, na semana passada.

(Reportagem adicional de Zeeshan Haider e Simon Gardner)

Remarcação de eleições acalma crise política no Paquistão.

Fonte: http://noticias.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir