Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 06-01-2008

Paulistas viram 'artesãs de bebês'
Mulheres levam até três dias para fazer um bebê 'reborn' a partir de moldes importados
Paulistas viram 'artesãs de bebês'
Foto: G1/G1

A imagem do bebê foi vista pela primeira vez por Érika Presser na TV. "Eu vi e fiquei encantada", conta. Passados alguns anos, no início de 2006, a moradora de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que trabalha com transporte escolar, recebeu a informação de que nos Estados Unidos os nenês eram muito populares. Entrou na internet e começou a trocar e-mails com uma especialista e ele disse que viria ao Brasil para dar um curso.

Há cerca de um ano, após concluir o curso inicial e vários outros de aperfeiçoamento, Érika, de 30 anos, é uma das artesãs brasileira adeptas da técnica dos "bebês reborns". Eles parecem reais, tem peso semelhante e vestem também acessórios emprestados daqueles que servem de inspiração para as artesãs. O objetivo é que a cor da pele, os cabelos e os traços de expressão sejam o mais próximo possível aos de um bebê de verdade.

"A gente compra o molde nos Estados Unidos. Ele vem sem cor, sem olho, sem cílios, sem cabelo, sem nada. Em cima disso, a gente coloca as características. É uma realização. É como se realmente nascesse um bebê porque cada um é único. Não dá para fazer dois iguais", conta a artesã, mãe de três filhos.

Érika fala que são necessários, em média, três dias para fazer uma boneca, que sai ao custo de R$ 300. Mas, segundo a artesã, existem moldes que custam até R$ 500. O preço de venda varia de R$ 600 a R$ 1.200. Desde que começou a produzir, ela já vendeu seis.

Para a artesã, a técnica, surgida nos Estados Unidos, está começando a se popularizar aqui no Brasil. "Já tem muita gente que conhece. O problema ainda é o preço. Mas acho que com o crescimento da popularização, as indústrias daqui vão começar a ter interesse em produzir os materiais para confecção dos bebês (atualmente todos os produtos são trazidos dos Estados Unidos) e o preço vai baixar", afirma.

Paixão de mãe
Uma cabeleireira de 29 anos é uma das apaixonadas pela técnica realista de bonecos bebês. Mônica Martins fez o curso em 28 de maio e desde então já confeccionou 22 bebês reborns. Quatro deles ela não conseguiu vender e acabaram virando seus "filhos".

"A primeira que eu fiz não consegui dar. Depois, teve um molde que eu comprei e coloquei nele todas as características do filho que eu queria ter. Quando ficou pronto, não consegui me desfazer dele. O terceiro foi um molde de um bebê dormindo que também ficou muito fofo e não consegui dar. E o último foi um molde muito caro que eu comprei. Ele é maiorzinho. Cheinho de cabelos e acabei ficando com ele", conta, afirmando que agora fechou a fábrica de "ficar" com bebê. "Agora só vendo", diz a artesã, rindo.

A cabeleireira, que mora no bairro do Ipiranga, na Zona Sul da capital paulista, conta que são vários os motivos que levam uma pessoa a comprar esse tipo de boneca: "paixão à primeira vista", pessoas que não podem ter filhos, ter uma lembrança dos filhos de quando eles eram pequenos.

Para Mônica é fácil entender a paixão que muitas pessoas têm por esse tipo de boneca. "Eu mesmo cuido dos meus como se fossem bebês de verdade. Se acordo de manhã e está frio, coloco roupa de frio em todos eles. Meus bonecos têm brinquedos, sapato, até fralda descartável".

Mônica não tem e nem pretende ter filhos. Todo o amor maternal transferiu aos bonecos de uma forma que considera saudável. "Filhos para mim, só esses daqui", diz.

Paulistas viram 'artesãs de bebês'.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir