Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 14-01-2008

Doação a igreja não deve prejudicar Kaká
Para especialista em Direito Penal, craque só pode servir como testemunha em processo
Doação a igreja não deve prejudicar Kaká
Foto: Ag.

O fato de fazer doações de altas quantias à Igreja Renascer (cerca de R$ 2 milhões por ano), comandada pelos bispos Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes, não deve prejudicar Kaká. Intimado pela Justiça a prestar esclarecimentos sobre seu relacionamento com a igreja e seus líderes, o melhor jogador do mundo tem chances reduzidas de ver seu nome atrelado a qualquer irregularidade. Pelo menos é o que garante o advogado Leonardo Pantaleão, especialista em Direito Penal.

- Nada impede o Kaká de doar o quanto quiser. Ele só pode ser usado neste processo como testemunha, como fonte de informação. A única chance de Kaká sofrer alguma implicação legal por suposta colaboração em lavagem de dinheiro seria com a hipótese de se comprovar que ele faz a doação, recebe de volta o dinheiro e abre espaço para este valor ser preenchido com outro montante (de dinheiro sujo) - explica Pantaleão, lembrando que esta hipótese é para lá de improvável.

Os bispos Estevam e Sônia já foram presos nos Estados Unidos por entrarem naquele país portando dinheiro não declarado. Mesmo que Kaká seja freqüentador da casa dos líderes de sua igreja, isto pouco muda sua figura no caso.

- Há que se lembrar que Kaká faz a doação para a Igreja Renascer, não para os bispos. E o fato de você ir à casa de alguém não significa nada. Se eu faço uma visita à sua casa não sou obrigado a saber que você sonega imposto de renda, por exemplo - completa Pantaleão, que é professor do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, em São Paulo.

Segundo publicou a revista "Carta Capital", após um pedido do promotor Marcelo Batlouni Mendroni, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, o Ministério Público enviou à Procuradoria Geral de Milão, em 14 de setembro de 2007, um pedido de depoimento de Kaká sobre seu envolvimento com os bispos da Igreja Renascer. As perguntas do promotor seriam: "Qual é seu grau de amizade e que relação tem com as pessoas acusadas? Os acusados costumam freqüentar a sua casa na Itália ou no Brasil? O senhor freqüenta a casa deles no Brasil ou nos Estados Unidos? Você sabe o destino que foi e que é dado ao dinheiro das suas colaborações?".

Nesta segunda, a Igreja Renascer divulgou nota repudiando o pedido do promotor Marcelo Batlouni Mendroni.

Doação a igreja não deve prejudicar Kaká.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir