Para investigadores, falta de informações pode atrasar inquérito policial
As investigações do acidente do vôo 3054 da TAM pela polícia de São Paulo permanecem sem conclusão. Ainda faltam a análise de documentos" alguns ainda não fornecidos à polícia" e oitivas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília.
A polícia quer saber quem liberou a pista do Aeroporto de Congonhas após a reforma no primeiro semestre de 2007. Para o delegado Antônio Carlos Barbosa, do 27º DP, a informação é "crucial". A polícia informou que a Infraero, em ofício, atribuiu a liberação à torre de controle de Congonhas, resposta não considerada satisfatória pelo delegado.
"Nesta semana, um policial irá até a presidência da Infraero com um ofício reiterando o pedido", disse o delegado. O responsável pela liberação pode esclarecer as condições da pista logo após a reforma. O G1 procurou a assessoria de imprensa da Infraero que informou que a estatal se manifestaria sobre o tema na quarta-feira (16).
A polícia também requisitou judicialmente relatórios da pista de Congonhas realizados antes e depois do acidente pela Aeronáutica. Segundo a perícia, documentos já obtidos não indicam que o coeficiente de atrito da pista estivesse abaixo do recomendado.
A perícia ainda quer ter acesso a um laudo elaborado pela Polícia Federal sobre a pista após o acidente. Segundo o delegado, a ausência dessas informações atrasa o laudo da perícia. Entretanto, os investigadores ponderam, entretanto, que os órgãos também têm colaborado.
Dario Scott, da associação de parentes das vítimas, criticou o atraso dos documentos. "Acho que é uma postura antiética. Os órgãos deveriam contibuir para elucidar esse caso."
Radiografia
Os investigadores também aguardam 23 minutos de gravações de conversas da cabine dos pilotos. "Já requisitamos esses dados à Aeronáutica e acredito que eles devem vir nos próximos dias", afirmou o promotor de justiça Mário Luiz Sarrubo.
O Ministério Público de São Paulo fez uma "radiografia" da TAM, focando desde a parte operacional quanto administrativa. Segundo o promotor, a partir desse trabalho é mais fácil localizar possíveis responsáveis se as causas forem concluídas.
O promotor criticou o adiamento por três vezes do depoimento à polícia de Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação (Anac). "Denise Abreu está tendo um comportamento de ré. Ela não é ré, e sim testemunha", disse ele. A defesa da ex-diretora pediu o reagendamento da oitiva para Brasília, onde mora atualmente. A polícia deve tomar o depoimento na capital federal.
Polícia que saber quem liberou pista de Congonhas.
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