Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 17-01-2008

Energia mais cara para empresas
Pre�o da energia no mercado de curto prazo atingiu o teto de R$ 569,59. Alta pode afetar algumas distribuidoras e vir a ser repassada para o consumidor.
Energia mais cara para empresas
Foto: www.g1.com.br

A escassez de �gua nos reservat�rios brasileiros e a disparada de pre�os no mercado livre de energia podem pesar no bolso do consumidor brasileiro em 2008.

A expectativa de alguns integrantes do setor energ�tico � que ocorra repasse para as tarifas na data do reajuste anual de algumas distribuidoras. Isso vai depender, no entanto, do consumo registrado por empresa durante esse per�odo.

A alta dos pre�os para as empresas j� pode ser observada no mercado livre de energia, uma esp�cie de c�mara de compensa��o do setor. Os principais clientes do mercado livre s�o os chamados "consumidores livres": grandes empresas, shoppings, supermercados, redes de varejo e bancos, entre outros.

O pre�o da energia comercializada nesse mercado vem subindo desde o final de dezembro, quando aumentou o risco de falta de energia no pa�s.

Na �ltima semana, o valor do MWh atingiu o teto de R$ 569,59. Pelas regras do setor, n�o se pode vender energia acima desse valor nesse mercado.

A �ltima vez em que o pre�o atingiu o teto foi durante o racionamento de energia de 2001/2002. Na �poca, o limite era de R$ 684. Para se ter uma id�ia do que esses valores representam, o pre�o mais alto alcan�ado ap�s o racionamento, em um m�s de janeiro, foi de R$ 28,64, em 2006.

  • Como funciona
    O governo obriga as distribuidoras a comprar das empresas geradoras toda a energia que t�m previs�o de entregar aos consumidores, por um pre�o fixado em leil�es.

    Um aumento de consumo acima do previsto, no entanto, pode obrig�-las a comprar a diferen�a pelo pre�o praticado no mercado livre. Esse gasto extra � que pode ser repassado ao pequeno consumidor na data do reajuste anual das tarifas.

    Em outras empresas, pode acontecer o contr�rio: se o consumo for menor que o previsto, � poss�vel lucrar com a venda dessa energia excedente, o que pode reverter a favor do consumidor.

    "Como esse pre�o est� muito alto e deve haver um rateio da energia termel�trica a mais que est� sendo gerada, h� uma tend�ncia de que no reajuste anual haja uma press�o para cima das tarifas", diz a diretora executiva da Associa��o Brasileira de Concession�rias de Energia El�trica (ABCE), Silvia Calou.

  • Reajuste de tarifas
    Outro problema � o uso de usinas termel�tricas (que produzem energia mais cara e mais poluente que a hidrel�trica) para compensar a queda no n�vel dos reservat�rios, o que vem acontecendo desde dezembro.

    A principal regi�o atingida pela seca � o Nordeste, onde os reservat�rios ficaram em dezembro cerca de 60% abaixo do registrado no ano anterior, com apenas 26,7% da sua capacidade (veja gr�fico abaixo). No Sudeste/Centro-Oeste, o n�vel chegou a 46,2%.

    "Esse aumento de pre�o � decorr�ncia direta do n�vel dos reservat�rios, de voc� ter de operar mais usinas termel�tricas", diz Paulo Toledo, diretor da empresa de comercializa��o Ecom Energia. "O pre�o hoje est� no teto. Isso n�o havia acontecido desde a �poca do racionamento."

    Ele diz esperar que os pre�os caiam com a chegada das chuvas, mas n�o para os mesmos n�veis registrados no ano passado. Sobre o impacto nas tarifas, o diretor da empresa acredita que ele deva ser dilu�do com outros custos, devido ao alto n�vel de contrata��o das distribuidoras. Os efeitos para os consumidores livres tamb�m devem ser pequenos. "A maioria dos consumidores vai passar sem problemas."

  • Racionamento
    O vice-presidente da Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Marcos Vin�cius Gusm�o, lembra que o consumidor residencial ainda paga na sua conta de luz um encargo destinado a cobrir os preju�zos do racionamento de 2001. � a chamada Recomposi��o Tarif�ria Extraordin�ria (RTE), que vem discriminada na fatura mensal.

    "N�s nem pagamos a conta do primeiro racionamento e j� estamos falando de um segundo", diz Gusm�o.

    Em rela��o aos grandes consumi dores livres, s�o poucos os que est�o sem contrato, segundo o vice-presidente da Abrace.

    "Um n�mero pequeno de nossos associados est�o expostos. Mas alguns desses consumidores, daqui a um tempo n�o ter�o contratos, e, com esse pre�o, voc� n�o tem mais energia no mercado para comprar", diz.

    O diretor de rela��es institucionais da Associa��o Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia El�trica (Abraceel), Maur�cio Corr�a, diz que o pequeno consumidor tamb�m pode ser atingido de forma indireta, com o repasse da alta de energia para os pre�os da ind�stria e do varejo.

    "Aqueles grandes consumidores industriais que t�m de contatar essa energia v�o pagar um pre�o mais caro e isso vai para o produto final."

    Energia mais cara para empresas

    Fonte:

    Acesse o G1

  •  
    Por:  Gabriel Tanure Sad    |      Imprimir