Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-01-2008

Israel libera combustível apenas para energia em Gaza
Governo israelense não permitiu entrada de gasolina
Israel libera combustível apenas para energia em Gaza
Foto: Ahmad Gharabli/AFP

Israel começou a fornecer nesta terça-feira (22) gás doméstico à Faixa de Gaza, de acordo com a decisão adotada na segunda-feira de suspender parcialmente o bloqueio ao território palestino.

Um primeiro caminhão cruzou o terminal de Nahal Oz, entre Israel e a Faixa de Gaza.

Israel autorizou na segunda-feira o reabastecimento de combustível a Gaza, no quarto dia de um bloqueio estrito que ameaça provocar uma crise humanitária no território controlado pelo movimento radical Hamas. Segundo uma rádio de Israel, porém, a entrada de gasolina no território continua proibida.

Os primeiros a receber o material foram a Companhia Palestina de Eletricidade e os hospitais, que colocarão o produto em suas turbinas e geradores.

Segundo meios de comunicação israelenses, a medida, aprovada depois que o premiê Ehud Barak analisou a situação na Faixa de Gaza, será pontual.


Nesta segunda-feira, Barak falou por telefone com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, a quem assegurou que Israel não tem interesse em provocar uma crise humanitária em Gaza, embora tenha ressaltado que não permitirá que os palestinos continuem disparando foguetes contra o sul do Estado judeu.

A única usina elétrica de Gaza, que cobre um terço do consumo elétrico no território, deixou de operar no domingo à tarde, quando suas reservas de óleo combustível acabaram.

O estoque de combustível terminou porque, desde quinta-feira, Israel mantém fechadas todas as passagens fronteiriças da Faixa de Gaza em represália ao lançamento de foguetes e bombas contra seu território.

Na segunda-feira, mais da metade da população de Gaza continuava sem eletricidade.

Por causa do bloqueio israelense, não podem entrar em Gaza combustível, alimentos básicos e remédios, o que faz com que a região experimente incerteza diante das conseqüências da manutenção do cerco.

Altos comandantes militares israelenses reconhecem, na edição de hoje do "The Jerusalem Post", que o abastecimento de comida começará a ser afetado no meio da semana e que o fornecimento de remédios talvez seja afetado.

Por isto, a população formou longas filas nas padarias, enquanto os hospitais temem que um "apagão" os impeça de funcionar.

"Temos que escolher entre cortar a eletricidade dos bebês na maternidade, das salas de cirurgias cardíacas ou deixar de usar alguns quartos", advertiu em comunicado o diretor do serviço de emergência do Ministério de Saúde palestino.

A situação "é desastrosa e estamos perto da catástrofe", declarou o porta-voz do movimento islâmico Hamas, Ismail Radwan, após lançar uma advertência sobre o risco de uma "grande explosão" em Gaza que teria "conseqüências em toda a região".

O blecaute atinge o norte da Faixa de Gaza, região mais povoada do território palestino e onde fica a capital, Cidade de Gaza.

Pelo menos 800 mil do 1,5 milhão de habitantes de Gaza, controlada desde junho pelo Hamas, estão sendo prejudicados pelo apagão e 80% da população depende de ajuda humanitária.

Enquanto isto, se multiplicam as vozes fora e dentro de Israel para advertir que o cerco a Gaza pode desencadear uma crise humanitária, mas o Governo israelense acusa o Hamas de exagerar a situação para parecem vítimas.

"O Hamas está piorando a crise em Gaza para fazer pressão direta contra Israel", disse o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, ao chefe da diplomacia holandesa, Maxime Verhagen, informa a imprensa local.

Depois, Olmert disse no Parlamento: "De forma alguma deixaremos que a vida em Gaza seja cômoda e agradável", mas afirmou que não permitirá que o território sofra uma crise humanitária.

"Estamos tentando dar um golpe naqueles que estão envolvidos com o terrorismo, mas também mostrando à população de Gaza que ela não pode ser liberada de sua responsabilidade na situação", acrescentou.

O ex-primeiro-ministro israelense e líder conservador, Benjamin Netanyahu, pediu hoje a Olmert que deixe o "desgaste" e passe à "dissuasão em massa".

Por outro lado, o dirigente pacifista Yossi Beilin chamou o bloqueio de "ato desumano, não judeu e ineficaz que levantará politicamente o Hamas, que estava perdendo apoio em Gaza".

O cerco a Gaza também foi criticado nos últimos dias pelo rei da Jordânia, Abdullah II, pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, e pela comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, assim como por diversas ONGs.

Israel libera combustível apenas para energia em Gaza.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir