Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-01-2008

Lesão une Renato Augusto a Rondinelli
Assim como o meia, ex-jogador teve que operar a face após lance violento dentro de campo
Lesão une Renato Augusto a Rondinelli
Foto: Reprodução

Renato Augusto não é o primeiro jogador do Flamengo a sofrer uma lesão grave no rosto e ter que passar por uma operação delicada. Em 1980, Rondinelli, o "Deus da Raça", viveu a mesma situação, mas em partida bem mais dramática que o Fla 2 x 0 Boavista, da abertura do Campeonato Carioca de 2008. O zagueirão levou uma cotovelada na primeira partida da final do Brasileiro, contra o Atlético-MG, deixou o campo desacordado e, posteriormente, acabou vetado do segundo jogo decisivo, que deu o primeiro título brasileiro ao Rubro-Negro (assista ao vídeo da época com Rondinelli falando sobre o lance e a preparação do Fla para a finalíssima).

- Estava assistindo ao jogo do Flamengo neste domingo e vi desenhado o meu lance - relembra o ex-jogador, que mora em São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone.

Rondinelli lembra que foi operado pelo Dr. Itaí Lessa, a quem é eternamente grato por causa do sucesso da cirurgia. Ele teve que ficar com um fio de aço segurando a mandíbula por 20 dias e só se alimentava com líquidos no período de recuperação. O ex-atleta faz a sua recomendação ao meia rubro-negro:

- O Renato Augusto precisa ter muita paciência e ouvir bastante os médicos, pois a parte cirúrgica é a mais traumática. Ele vai ter dificuldade para abrir e fechar a boca, mas terá muita gente para ajudá-lo. Dois meses no futebol passam rapidinho - afirma.

Logo após a recuperação, ele lembra que chegou a ficar com um certo receio para subir mais forte numa cabeçada, mas não demorou muito a voltar ao normal e entrar em todas as divididas com o vigor costumeiro. Da cirurgia ficou apenas uma cicatriz no rosto do deus da raça, que também avisou que o inchaço inicial logo vai ser coisa do passado para Renato.

- Ele pode ficar tranqüilo, pois vai voltar a ser o garotão boa-pinta que sempre foi - diz Rondinelli.

A diferença entre as duas lesões foi na forma com que elas aconteceram. Enquanto Renato levou uma cabeçada acidental de Hélton, do Boavista (reveja o lance no vídeo ao lado), Rondinelli foi nocauteado com uma cotovelada proposital de Palhinha, do Galo. A agressão na final de 80 aconteceu durante uma jogada de escanteio e fora do lance, por isso, não foi observada pelo árbitro Romualdo Arpi Filho.

Na época, houve muita dúvida sobre quem realmente tinha dado a cotovelada em Rondinelli. A torcida gritou tanto o nome de Éder, que o rubro-negro gravou na memória que ele tinha sido o responsável pela cotovelada. Mas o presidente Marcio Braga lhe apontou depois que o culpado foi o Palhinha. Mas, ao contrário de Hélton, do Boavista, que se mostrou arrependido pela disputa mais forte com Renato Augusto, nenhum jogador do Atlético-MG cogitou visitar o zagueiro com um pedido de desculpas.

- O Palhinha era "catimbeiro" e não tinha essa história de pedir desculpas. Cheguei a desmaiar e só acordei depois do jogo. Então saí correndo do vestiário atrás do Éder e quem me segurou foi o Antônio Porto, repórter da "Rádio Globo". Ainda estava no clima do jogo e revoltado pela covardia do lance - relata.

Ele ressalta que não guardou mágoas da jogada, e, posteriormente, se tornou amigo de Palhinha e reencontra até hoje os adversários daqueles tempos. Neste fim de semana, inclusive, Rondinelli vai atuar ao lado de Reinaldo, matador do Galo nos anos 70 e 80, em jogo beneficente em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Hoje em dia, Rondinelli é procurador de atletas e trata das carreiras do atacante Denni, ex-Flamengo, e do lateral Schneider, ex-Fluminense, por exemplo. Ambos estão atualmente disputando o Campeonato Carioca pelo Volta Redonda. Ele chegou a se arriscar como treinador em Goiás e Brasília, mas ficou incomodado com a pressão para escalar esse ou aquele atleta e preferiu não se alongar na profissão. Além disso, o "Deus da Raça" comanda uma escolinha de futebol ao lado do filho, em São José do Rio Pardo, que conta com mais de 180 crianças carentes da região.

Lesão une Renato Augusto a Rondinelli. Assim como o meia, ex-jogador teve que operar a face após lance violento dentro de campo.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir