Categoria Politica  Noticia Atualizada em 26-01-2008

Ao menos 11 prefeitos são assassinados desde 2005
Último assassinato de prefeito ocorreu em 13 de janeiro deste ano.
Ao menos 11 prefeitos são assassinados desde 2005

Pelo menos 11 prefeitos e três vice-prefeitos foram mortos desde 2005, quando começou o atual mandato dos chefes dos executivos municipais, segundo levantamento do G1.

O prefeito assassinado mais recentemente foi o de São Francisco do Glória (MG), Gilberto Souza e Silva (DEM), no dia 13 de janeiro deste ano.

Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, a função de prefeito "é muito espinhosa". "Entre todos os gestores públicos, incluindo deputados, senadores, governadores e presidente, é seguramente o cargo de maior risco", afirmou Ziulkoski (abaixo, a lista dos prefeitos assinados desde 2005).

"Não tenho nenhuma dúvida que o cargo de prefeito é o mais vulnerável, mais perigoso. Eu já fui prefeito duas vezes, mas não quero mais. Ninguém mais está querendo, porque prefeito é uma função de alto risco, não só físico, mas patrimonial, familiar", destacou Ziulkoski.

  • íšltimo caso
    Gilberto Souza e Silva, prefeito de São Francisco do Glória (ES) estava em um bar na orla de Piúma, no litoral do Espírito Santo, quando foi morto com quatro tiros. A possibilidade de latrocínio, roubo seguido de morte, foi descartada pela polícia. A hipótese mais provável é a de execução.

    Na última terça-feira (22), a polícia divulgou o retrato falado do suspeito de ter assassinado Silva. O delegado Milton Sabino, de Piúma (ES), responsável pelo caso, disse acreditar que o suspeito viajou para o Espírito Santo só para executar o prefeito.

    Para Sabino, as investigações reforçam a tese de crime político. "Está confirmada essa linha. Estamos investigando crime de mando, político, sem descartar outras investigações, mas essa é a linha principal. O mandante a gente acredita que não seja só um", disse o delegado.

    2007
    No ano passado, os prefeitos de Coronel Murta (MG), Inácio Carlos Moura (PP); de Presidente Vargas (MA), Raimundo Bartolomeu Santos (PSC); de Ribamar Fiquene (MA), Hilter Alves Costa (DEM); e de Aurelino Leal (BA), Gilberto Ramos de Andrade (PR), foram assassinados.

    Segundo as investigações, a morte do prefeito de Coronel Murta não foi motivada por vingança. "Nas investigações já realizadas, foi esclarecido que os autores não buscavam matar o prefeito, mas sim lesar seu patrimônio", disse o delegado Alcides Costa no ano passado.

    O delegado geral da Polícia Civil do Maranhão, Jefferson Portela, afirmou ao G1 que o inquérito que apura o assassinato do prefeito de Presidente Vargas já está no poder Judiciário. "Na Polícia Civil, a investigação criminal já foi concluída", disse.

    Segundo Portela, as investigações apontam o envolvimento de outros políticos na morte do prefeito. "Os três executores do crime estão presos. Mas também foram denunciados vários políticos, entre eles alguns vereadores", afirmou o delegado.

    Já a morte de Hilter Costa ainda não foi solucionada. "Ele tinha um perfil de uma vastíssima inimizade pessoal. A própria filha deu um tiro nele dentro de casa. Pouco antes de morrer, mandou dar uma surra de chicote no genro. Ele mesmo matou duas pessoas", disse Portela.

    O prefeito de Aurelino Leal (BA), Gilberto Ramos de Andrade, foi morto com um tiro no peito, num trecho da BR-101, perto da Fazenda Santa Cruz.

    O prefeito dirigia um Passat quando foi interceptado por um Siena, que era ocupado por dois homens. Um deles desceu e atirou no peito de Andrade. Mesmo baleado, ele tentou se esconder em um matagal às margens da rodovia, mas foi espancado na cabeça.

    Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, dois políticos da cidade foram apontados pelos autores do crime como mandantes. O ex-prefeito José Augusto Neto está preso desde o ano passado. Outro suspeito é o atual prefeito Giovani Lopes Gagliano (PTN), que era o vice de Andrade, mas ele nega.

  • Outros casos
    Em 2006, dois casos ganharam repercussão. O prefeito de Roteiro (AL), Edvaldo dos Santos Ribeiro (PMDB), foi assassinado em uma emboscada, enquanto o prefeito de Fênix (PR), Manoel Custódio Ramos (PMDB), foi morto com cinco tiros após chegar em casa.

    No caso da cidade paranaense, Aristóteles Dias dos Santos Filho (PMDB), que era o vice e assumiu o cargo com a morte do titular, foi preso acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Ramos. Aristóteles está preso na Delegacia de Campo Mourão.

    Já em 2005, foram mortos os prefeitos de Buriti-Bravo (MA), João Henrique Leocádio Borges (PDT); de Porto Estrela (MT), Flávio Farias (PFL, atual DEM); de Jussari (BA), Valdenor Cordeiro da Silva (PSDB); e de Grossos (RN), João Dehon Neto da Costa (PPS).

    No caso do município de Grossos, o prefeito João Dehon Neto da Costa e seu motorista teriam sido mortos por engano em uma ação policial, em Santa Maria (RN). Os seis policiais civis envolvidos foram indiciados por homicídio doloso e lesão corporal.

    Em relação ao prefeito de Jussari, a polícia não conseguiu confirmar se ele se suicidou ou foi envenenado. O prefeito de Porto Estrela foi assassinado quando voltava para sua residência, enquanto o de Buriti-Bravo foi encontrado morto com um tiro no ouvido.

  • Vices
    Em 2006, foi assassinado o vice-prefeito de Boa Vista do Ramos (AM), João Carlos Matos de Oliveira (PT). No ano passado, foram mais dois casos de homicídios contra vices - Romeu Ananias de Souza (PP), de Ibituruna (MG), e Gilberto Pereira Alves, Pilar (AL).

    Segundo a polícia, o vice-prefeito de Boa Vista do Ramos foi morto em 31 de dezembro de 2006 após discutir em um bar com um jovem de 21 anos, que teria exigido que João Carlos Matos de Oliveira, que estava no local, lhe pagasse uma bebida.

    O vice-prefeito de Ibituruna foi morto a tiros em 7 de abril do ano passado, dentro da própria casa, na frente de um filho. O delegado responsável pelo caso, Osvaldo Wiermann Júnior, disse ao G1 que as investigações descartaram a hipótese de latrocínio.

    Em relação ao assassinato do vice-prefeito de Pilar, que aconteceu em 19 de janeiro de 2007, a polícia prendeu três pessoas suspeitas de envolvimento no crime. Entre os detidos, estavam um ex-policial e o filho de um delegado da Polícia Civil.

  • Casos suspeitos
    O prefeito de Monte Alto (SP), Gilberto Morgado (PT), morreu em 9 de junho de 2006 após cair do 23º andar de um flat em São Paulo. Apesar de as investigações da polícia não confirmarem, há suspeitas de que ele pode ter sido empurrado.

    Em abril de 2005, o prefeito de Capim Branco (MG), Francisco Enéas Xavier (PL, atual PR), foi encontrado morto, com a marca de um tiro no peito, em um sítio de sua propriedade, segundo a polícia. De acordo com as investigações, Xavier teria cometido suicídio.

    Ao menos 11 prefeitos são assassinados desde 2005

    Fonte:

    Acesse o G1

  •  
    Por:  Gabriel Tanure Sad    |      Imprimir