Categoria Policia  Noticia Atualizada em 29-01-2008

Comandante-geral da PM do Rio é afastado
Informação é de fonte ligada ao Governo do Rio. Crise teria começado pela não punição de ex-corregedor da corporação
Comandante-geral da PM do Rio é afastado
Foto: Reprodução/TV Globo

Uma fonte ligada ao Governo do Rio confirmou no final da manhã desta terça-feira (29) o afastamento do comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Ubiratan Angelo.

A fonte não soube informar o nome de quem substituirá Ubiratan. Segundo informações iniciais, dentre os nomes mais cotados estão o comandante do Policiamento da capital, coronel Antônio Carlos Soares David, e o chefe do estado-maior da PM, Samuel Dias Dionísio.

Chefe do estado-maior não descarta assumir cargo
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (29) na sede da Polícia Militar, no Centro do Rio, o chefe do estado-maior coronel Samuel Dionísio diz que, até o momento não recebeu nenhum convite oficial para assumir o cargo de comandante-geral da corporação.

"Não me convidaram. Não recebi nenhum convite. Prefiro esperar um comunicado oficial para me pronunciar", declarou Dionísio, mas em defesa do coronel Ubiratan Angelo, ele afirma que se o convite chegar, a primeira coisa a fazer será consultá-lo.

"Se coloquem no lugar de um chefe de estado-maior que é amigo do comandante-geral. Se o convite chegar vou perguntar a ele, se ele disser que não, não aceito, se disser que sim, aceito. A PM precisa continuar", disse.

Ubiratan desconhecia exoneração
Em meio a rumores de sua exoneração, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, Coronel Ubiratan Angelo participou na manhã desta terça-feira (29) da inauguração de um posto blindado da PM na Linha Vermelha, que liga o Aeroporto Internacional Tom Jobim ao Centro da cidade.

Visivelmente constrangido, Ubiratan evitou polemizar. "Li o que está nos jornais e essa é toda a informação que eu tenho. Não houve nenhum comunicado oficial. O cargo pertence a quem nomeia, ao governo", resumiu o comandante.

Presenças confirmadas no evento até esta manhã, o governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame não compareceram ao evento.

Crise
Os rumores da saída de Ubiratan começaram na semana passada, quando quatro policiais militares foram flagrados retirando cerveja de um caminhão roubado e colocando em duas viaturas da corporação. O registro da recuperação da carga nunca chegou a ser feito.

Cabral não teria gostado da transferência do ex-corregedor coronel Paulo Ricardo Paúl para a diretoria de ensino e instrução da polícia. O auge da crise se deu no último fim de semana, quando cerca de 300 policiais, incluindo o coronel Paúl, fizeram uma manifestação por melhores salários na Praia do Leblon, na Zona Sul, a poucos metros da casa do governador.

Na segunda-feira (28), depois de participar de uma reunião com o ministro da Justiça Tarso Genro, para discutir os últimos acertos de implementação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no conjunto de favelas no Alemão, no subúrbio do Rio, o secretário José Mariano Beltrame aproveitou para mandar um recado aos policiais militares que estão em campanha salarial. "A Polícia Militar não tem um aliado maior do que o secretário, que tem lutado pela recuperação salarial dos policiais, que é algo muito importante. Mas a realidade é que temos as nossas limitações".

Sobre a declaração, em que questiona se a instituição estaria merecendo aumento, afirmou: "Falei no sentido de uma reflexão. Credibilidade e merecimento não podem estar atrelados a aumentos de salários", disse.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir