Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-01-2008

McCain vence na Flórida e promete unir partido para vencer
Pela primeira vez, McCain ganhou uma primária 100% republicana. Giuliani, em terceiro, fez discurso desolador e sinalizou que pode sair
McCain vence na Flórida e promete unir partido para vencer
Foto: AFP

O senador John McCain venceu a prova de força nesta terça-feira (29) na primária republicana da Flórida e mostrou que pode sim mobilizar a base do partido. Com 36% dos votos, o político do Arizona superou o ex-governador de Massachusetts e maior rival, Mitt Romney (31%), o ex-prefeito de Nova York e favorito até o ano passado, Rudolph Giuliani (15%), e o ex-governador do Arkansas e campeão dos ativistas cristãos, Mike Huckabee (14%).

A prévia no estado foi a primeira fechada a democratas e independentes, eleitores que, quando opinam, tendem a favorecer McCain. Desta vez, ele não teve "ajuda" externa.

Ao som de "Eye of the tiger", da trilha de "Rocky", o vitorioso na Flórida entrou no palco montado no salão de um hotel em Miami para fazer uma profissão-de-fé política.

"Estou orgulhoso de ser um republicano conservador", disse.

Apresentando as credenciais a uma platéia formada por voluntários e funcionários da campanha, o veterano da guerra e da política defendeu bandeiras ainda capazes de unir seu partido: segurança nacional (seu mote), corte de impostos e o controle dos supostos "juízes ativistas", que legislariam, quando deveriam apenas julgar. Não por acaso, McCain fez questão de citar o ex-presidente Ronald Reagan, o líder que fez dos republicanos essa coalizão tênue, mas vitoriosa, entre a "direita cristã", os conservadores econômicos os "falcões" da defesa.

"Não foi uma vitória para se gabar, mas foi doce mesmo assim", disse o senador, antes de elogiar os seus três principais rivais. Significativamente, o elogio mais efusivo foi ao ex-governador Huckabee, vencedor em Iowa e representante da mesma ala cristã que, em 2000, sepultou sua tentativa de conseguir a indicação. "Os seguidores de Huckabee trouxeram convicção e algo que nem sempre vemos nestas disputas: alegria", elogiou.

Como que tentando se apoiar no lema de que os "republicanos adoram um vencedor", o senador afirmou que "há caminho pela frente, mas está chegando perto" e que, em novembro, é capaz de derrotar "seja qual for o indicado pelos democratas". Antes de garantir os 57 delegados da delegação (reduzida) da Flórida, McCain já havia vencido em New Hampshire e na Carolina do Sul.

Pretérito prefeito?
Em Saint Petersburg, na costa oeste do estado, o ex-governador Romney se manteve firme à sua mensagem de que "Washington falhou conosco" e de que o país, agora, precisa de alguém que já tenha "trabalhado na economia real".

"Em uma hora assim, saber como a América funciona é mais importante do que saber como Washignton funciona", disse o segundo colocado que, nos últimos dias, explorou a suposta inexperiência de McCain no assunto. Até agora, Romney só venceu uma prévia com delegados em jogo, a de Michigan, seu estado natal.

O terceiro na disputa, o ex-prefeito Rudolph Giuliani, usou muitos verbos no passado durante seu pronunciamento noturno, em Orlando, na região do estado. O que deveria ser apenas um discurso de reconhecimento de derrota virou um balanço não apenas da luta na Flórida, mas de todo o esforço empreendido até agora. Sem surpresa, os rumores de desistência" e de um possível endosso de McCain" começaram a proliferar quase que imediatamente. Apesar de ele asseverar que "não acaba até se dizer "chega"", as grandes redes americanas dizem que o "adeus" já tem data e local: quarta-feira (30), na Califórnia, às margens do debate republicano.

Vitória cantada

"Os eleitores daqui mandaram uma mensagem clara", comemorou a ex-primeira-dama, em um discurso em Davie, um reduto do partido no sul da Flórida. Depois da derrota de respeito na Carolina do Sul, a senadora precisava de uma "goleada" para chamar de sua.

Mais de 3,8 milhões de eleitores votaram nas primárias locais, um recorde no estado. Nenhum conjunto de prévias havia atraído tanto gente às urnas até agora.

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir