Categoria Carnaval  Noticia Atualizada em 03-02-2008

Mangá, sushi e tradição marcam desfile da Porto da Pedra
Madrinha de bateria 'puxou' os olhos para entrar no clima do desfile
Mangá, sushi e tradição marcam desfile da Porto da Pedra
Foto: Reprodução

A Porto da Pedra, segunda escola a desfilar na primeira noite do Grupo Especial do Rio, resumiu em um desfile os cem anos de história que marcam a vinda dos japoneses ao Brasil. E seus carros alegóricos não deixaram passar nada: mostraram com detalhe a arquitetura oriental, a travessia do oceano, a agricultura japonesa, mangás, a popular culinária do Japão e até mesmo o carnaval. Seu samba enredo foi "Cem anos de imigração japonesa: tem pagode no Maru".

Depois do desfile, o terceiro carro alegórico apresentou início de incêndio quando estava na dispersão -- os bombeiros tiveram de retirar os destaques para evitar acidentes. Outro contratempo aconteceu antes do desfile, quando Mestre Louro, responsável pela bateria, passou mal. Ele apresentou problemas de pressão, mas ainda assim participou do desfile.

Um dos grandes destaques do desfile foi o carro do mangá, os tradicionais quadrinhos japoneses que ganharam popularidade em todo o mundo. Ele teve uma enorme escultura de um super-herói dos quadrinhos japoneses e a presença de outros personagens que fazem sucesso com a criançada.

Também popular é a culinária do Japão, que foi representada em um carro alegórico no qual mulheres ofereciam sushis dentro dos manekinekos, os simpáticos gatos da sorte com a pata levantada. A culinária também esteve em uma ala na qual os participantes carregavam na cabeça os barquinhos onde é servida essa comida.

A madrinha de bateria da escola, Ângela Bismarchi, adotou um visual oriental. Para deixar os olhos puxados no desfile, ela utilizou uma espécie de grampo no rosto. "Esse grampo é preso a um fio e puxa os olhos. É um efeito reversível", afirmou à TV Globo a mulher conhecida por ter realizado diversas cirurgias plásticas. Segundo ela, foram 41.

História

A saga começou no continente asiático, com a reprodução do templo Kinkaku-ji no abre-alas da escola. O vermelho que caracteriza a agremiação cedeu lugar para a predominância do branco e do dourado. Mas a Porto da Pedra foi bem representada pelo seu símbolo maior, o tigre, pintado de dourado.

Para retratar a partida rumo ao Brasil, a escola usou o bambu, que ornamenta a segunda alegoria da Porto da Pedra. Foram usados, ao todo, 4,5 mil metros do material.

A prosperidade dos orientais no Brasil, sobretudo na agricultura, serviu de inspiração para o terceiro carro da Porto da Pedra, que trouxe, entre muitos legumes e verduras, imensas esculturas de bonecos Kokeshis, uma versão japonesa de espantalho que traz sorte às colheitas. Já a Liberdade, bairro de São Paulo conhecido pela grande concentração nipônica, foi retratada na quarta alegoria da escola.

O quinto carro da escola retratou a culinária oriental, enquanto o sexto teve os mangás. Para mostrar o potencial tecnológico do Japão nos dias de hoje, a Porto da Pedra trouxe em sua sétima alegoria robôs e quatro telas de computadores de última geração, instalados dentro de um Sol Nascente estilizado. O último carro da escola foi inspirado no carnaval, feito em Avenidas brasileiras e também nipônicas.

Mangá, sushi e tradição marcam desfile da Porto da Pedra. Madrinha de bateria 'puxou' os olhos para entrar no clima do desfile.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir