Pequenos grupos de amigos e parentes usam abadás próprios e cantam sambas autorais.
Foto: www.g1.com.br Ouro Preto (MG) tem pelo menos 30 blocos carnavalescos, mas ainda assim tem gente que faz questão de trazer o próprio bloco de casa. Nas ladeiras do centro histórico é possível encontrar pequenos grupos de amigos ou familiares usando abadás personalizados e dando gritos de guerra em seus blocos particulares.
Confira a programação dos blocos carnavalescos de Ouro Preto
Na turma dos blocos exclusivistas estão os cariocas do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Segunda de Mangueira. O nome pomposo serve para diferenciar os oito rapazes que chamam a atenção por circular na folia mineira usando idênticas camisas verdes, chapéu cor-de-rosa e colares com um pingente em formato banana.
"Este é o quinto ano que colocamos nosso "personal bloco" na rua", brinca o músico Chico Junqueira, responsável pela composição do samba-enredo da turma, que ganhou até um blog na internet.
Os amigos estão hospedados na república estudantil Penitenciária. Por causa da originalidade, ganharam dos anfitriões a chance de se destacar ainda mais nesse carnaval. "A galera da república prometeu que vai nos deixar tocar bateria e vai seguir nosso humilde bloquinho", conta o orgulhoso engenheiro Vinicius Soler.
Pegação
Nos "personal blocos", nem sempre a intenção é se diferenciar entre os súditos do Momo. "A arte da pegação", nome do bloco criado por sete amigos de Santos (SP), deixa explícito o objetivo dos rapazes em Ouro Preto (MG).
"No carnaval temos táticas próprias para beijar as garotas. Andamos em caravana e as meninas ficam curiosas ao verem nossas camisas iguais", garante o estudante Clayton Martins Vasconcelos, criador do logo nada sutil que representa o grupo.
Entre as táticas usadas pelos "pegadores"" segundo definição deles mesmos" está distribuir pirulitos em formato de coração e realizar casamentos instantâneos com as foliãs. "A estratégia é a seguinte: quando vemos uma menina bonita, sacamos uma aliança do bolso e a pedimos em casamento. E infalível, sempre acaba em beijo na boca", revela o estudante Marcos Abrantes Gomes, que neste carnaval carregara 75 alianças de plástico no bolso.
O bloco das sete mulheres
Para se proteger dos eventuais conquistadores carnavalescos, as sete moçoilas da família Alfenas Vieira criaram o mini-bloco "Damas de elite". Usando vestidos pretos e perucas de tule coloridas, elas conseguem evitar o assédio inconveniente dos foliões mais afoitos.
Guiadas pela farmacêutica" e mãezona zelosa" Lúcia, as meninas dão seu próprio gritinho de guerra, inspirado no treinamento do capitão Nascimento, personagem do filme "Tropa de elite".
"Dama de elite qual é sua missão? Sambar por Ouro Preto e derrubar homem no chão!", berrava Lúcia, puxando o coro de suas filhas e sobrinhas pelas ladeiras da região.
Grito de guerra inspirado no Bope não era a única arma para evitar a paquera. O homem que escoltava o bloco das sete mulheres era o paizão Paulo.
Missão dada é missão cumprida.
Foliões criam "personal blocos" no carnaval de Ouro Preto
Pequenos grupos de amigos e parentes usam abadás próprios e cantam sambas autorais.
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