Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-02-2008

Redeiros: "Antes de Tudo um Forte"
"O sertanejo é antes de tudo um forte", disse o mestre Euclides da Cunha, no seu livro "Os Sertões".
Redeiros: "Antes de Tudo um Forte"
Foto: José Rubens Brumana

"O sertanejo é antes de tudo um forte", disse o mestre Euclides da Cunha, no seu livro "Os Sertões". Sábias palavras, em Marataízes, os "redeiros" permanecem por longos dois meses longe da família. São em sua maioria do Estado da Paraíba, onde a fabricação de redes já se tornou uma tradição."Esse ano está difícil vender as pessoas estão sem dinheiro. É o nosso pior verão", afirmou Francisco Tavaresde Freitas, 26 anos, de Vista Serrano, no interior da Paraíba.

Cada rede é negociada por até R$ 25,00, mas ressalta que aceitam ofertas. Emprego na região só no inverno, período que ficam em casa e trabalham nas plantações de milho e feijão como "bóias frias".

Antônio Macedo Domingues, 36 anos, do município paraibano de Paulista, diz estar nessa profissão a 19 anos. Já trabalhou em todo Centro Oeste, Sudeste e Sul". Minha "praça" predileta é o Paraná", lembra. Em média conseguem um salário de R$450,00, por um dia de trabalho levando em seu ombro cerca de 20 kg."Carregamos as redes por todo o dia e não vendemos nem uma. A noite a coluna fica doendo", comentou Emídio Ezequiel Neto, de 27 anos.

O redeiro Antônio Macedo está ficando cego da vista esquerda devido um catarata que não teve tempo ainda para operar. Não recebem assistência saúde e nem carteira assinada. Trabalham comissionados, alugam uma casa onde ficam por dois meses, tem viajem que chegam a durar mais de 4 meses.

    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir