Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-02-2008

Gasolina argentina é vendida em garrafas plásticas no RS
Falta de fiscalização e facilidade para cruzar fronteira facilitam contrabando.Abastecimento irregular é feito em garagens
Gasolina argentina é vendida em garrafas plásticas no RS
Foto: www.g1.com.br

A falta de fiscalização e a facilidade para cruzar a fronteira transformaram o Oeste do Rio Grande do Sul em um território livre para o contrabando da gasolina mais barata da Argentina. O combustível é trazido da Argentina em garrafas e em tanques de caminhonetes. Do outro lado da fronteira, o motorista paga R$ 1,40 por litro; no Brasil, vende pelo dobro.

No chão de uma pequena oficina perto da fronteira, dezenas de garrafas de plástico armazenam a gasolina contrabandeada. "Em média, a gente vende uns 400 litros por dia. Depende da época do mês, né?", conta um funcionário.

O abastecimento irregular é feito em garagens, no fundo de oficinas e até no meio da rua. Nas cidades gaúchas, as casas viram postos clandestinos.

Sem autorização
As oficinas de veículos também lucram com o esquema: mecânicos cobram até R$ 100 para dobrar o tamanho dos tanques de gasolina sem autorização do Detran. "O carro vem com um tanque pequeno atrás, daí eles compram um tanque de 76 litros. A gente corta e aumenta para 100 litros", explica um profissional.

A estimativa dos donos de postos brasileiros é de que 3 milhões de litros atravessem a fronteira a cada mês.

Prejuízo
Muitos consumidores não sabem disso, mas o dinheiro poupado ao abastecer pode acabar sendo gasto na manutenção do veículo; é que o combustível contrabandeado da Argentina é diferente daquele que é vendido no Brasil. "[O combustível] pode causar a diminuição da vida útil do motor ou aumentar a temperatura de funcionamento. A forma como o motor foi ajustado por seu construtor tem que ser respeitada", afirma Dimitrios Samius, especialista em combustível da UFRGS.

O comércio ilegal de gasolina também é nocivo a quem trabalha dentro da lei. Dono de um posto de gasolina, Feliciano Saucedo demitiu seis funcionários em dois anos. As vendas caíram 50%. "Hoje, a nossa margem de lucro aqui no posto é R$ 0,35. O contrabandista trabalha com R$ 1 de margem. A gente recolhe imposto, eles não recolhem nada", diz

Gasolina argentina é vendida em garrafas plásticas no RS.

Falta de fiscalização e facilidade para cruzar fronteira facilitam contrabando.
Abastecimento irregular é feito em garagens.

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Por:  Miguel R. Pereira Netto    |      Imprimir