Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 16-02-2008

Atentado suicida mata 37 no Paquistão.
O ataque deste sábado aconteceu a dois dias das eleições legislativas no país.
Atentado suicida mata 37 no Paquistão.
Foto: Saeed Khan/AFP

Subiu para 37 o número de mortos do violento atentado suicida que aconteceu no Paquistão neste sábado (16), informou o ministério do Interior paquistanês. O atentado, que feriu ainda 93 pessoas, foi cometido contra um comício eleitoral do partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em dezembro de 2007.

A campanha para as eleições legislativas e provinciais de segunda-feira (18) estava em seus últimos minutos quando ocorreu o atentado.

O suicida lançou seu carro bomba contra uma multidão em Parachinar, uma zona tribal na fronteira com o Afeganistão, diante da casa de um candidato do Partido do Povo Paquistanês (PPP), declarou o porta-voz do ministério do Interior, Javed Cheema.

"Há 37 mortos e 93 feridos", disse Cheema.

"Havia corpos e sangue por todos os lados", relatou uma testemunha, Laiq Hussain, que afirmou ter visto "um homem de cabelos compridos lançar seu carro contra a multidão".

A localidade tribal de Parachinar se encontra diante da zona montanhosa de Tora Bora, onde as tropas americanas suspeitam que o líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, se escondeu no final de 2001, antes de fugir para outro lugar.

Violência
Homens-bomba ligados aos talibãs e à al-Qaeda transformaram o ano de 2007 em um dos mais mortíferos da história do Paquistão, com mais de 800 mortos. Com este novo atentado, quase 140 pessoas morreram em ataques desde o dia 1º de janeiro.

Com 81.000 soldados mobilizados nos 64.000 colégios eleitorais, "a segurança está no nível máximo para os dias 17 e 18 de fevereiro", garantiu o ministro paquistanês do Interior, Hamid Nawaz.

Ele confirmou que a campanha eleitoral, afetada pelo temor de atentados e pelo desinteresse da população, acaba neste sábado às 17h (horário de Brasília).

O partido que apóia o presidente Pervez Musharraf e os de Benazir Bhutto - morta em 27 de dezembro passado em um atentado suicida - e do opositor Nawaz Sharif estavam organizando seus últimos comícios.

Eleições
O viúvo de Benazir Bhutto, Asif Ali Zardari, que dirige o PPP, conversou com Sharif sobre uma hipotética divisão dos poderes em caso de vitória da oposição. De fato, se a oposição conquistar dois terços das cadeiras do Parlamento, Musharraf pode até ser destituído.

Zardari denunciou antecipadamente "eleições manipuladas" e não descartou um "governo de consenso nacional" com Musharraf.

Os Estados Unidos, que têm em Musharraf um aliado em sua "guerra contra o terrorismo", consideram que os islâmicos ameaçam um país essencial para a estabilidade da região, e que a al-Qaeda e os talibãs reconstituíram suas forças nas zonas tribais.

O presidente da Comissão das Relações Exteriores do Senado americano, Joseph Biden, afirmou que Washington deveria "diminuir a ajuda militar ao Paquistão" em caso de fraudes comprovadas durante o processo eleitoral.

Mais de 80 milhões de paquistaneses estão registradoss para comparecer às urnas em eleições cruciais para a única potência nuclear muçulmana do mundo, abalada por uma profunda crise política e uma onda sem precedentes de atentados executados por radicais islâmicos ligados aos talibãs e à Al-Qaeda.

Atentado suicida mata 37 no Paquistão.
O ataque deste sábado aconteceu a dois dias das eleições legislativas no país.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir