Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-02-2008

Advogado quer reconstituição do caso Ryan Gracie.
Pedro Lazarini defende o psiquiatra do lutador e critica conduta da polícia.
Advogado quer reconstituição do caso Ryan Gracie.
Foto: Foto: Reprodução/TV Globo

Sustentando a tese de que a polícia impediu que o lutador de jiu-jítsu Ryan Gracie fosse encaminhado a um hospital, o advogado Pedro Lazarini, que defende o psiquiatra do atleta, vai pedir a reconstituição de todo o caso. Ele quer a simulação dos últimos passos de Gracie, desde o momento em que deixou sua casa, em São Paulo, até a morte na cela de uma delegacia, na madrugada de 15 de dezembro.

Esta semana, a polícia anunciou que vai indiciar o psiquiatra do lutador, Sabino Ferreira Farias Neto, por homicídio culposo. A polícia levou em conta a divulgação do laudo do Instituto Médico-Legal (IML) que apontou como causa da morte de Gracie a combinação de remédios aplicados. Teriam sido ingeridos pelo menos sete tipos de drogas.

"A reconstituição do crime é muito importante. Vai repetir todos os passos, ver a conduta policial. Todos serão intimados", afirmou Lazarini, em entrevista ao G1 na tarde deste sábado (23). Segundo ele, a polícia "impediu" que o lutador fosse levado a um hospital. O advogado alegou que Farias Neto pediu na delegacia que o paciente seguisse para uma clínica, mas não foi atendido porque "a autoridade policial prevaleceu".

Surto
Ryan Gracie foi preso em 14 de dezembro depois de ter atacado dois motoristas com uma faca. Acabou dominado por um grupo de motoboys e, durante a discussão, levou um golpe com capacete. O lutador foi levado para uma delegacia, fez exames no Instituto Médico-Legal e voltou à cela do 91º Distrito Policial, no Ceagesp (Zona Oeste), onde foi encontrado morto na manhã seguinte, poucas horas depois de medicado pelo psiquiatra.

Na ocasião, o próprio Farias Neto, após examinar Gracie, atestou que ele estava sob efeito de cocaína, crack e maconha. Mesmo assim, Lazarini discorda do indiciamento. "Ele (médico) está sofrendo um linchamento moral, está fragilizado, com a saúde debilitada. Mas está confiante de que fez o que faz há 35 anos", disse. O advogado voltou a afirmar que a conduta de Farias Neto foi "terapêutica".

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que não se pronunciaria sobre o caso por não ter sido informada oficialmente sobre o pedido de reconstituição.

Exumação
Lazarini revelou ainda que estuda pedir à Justiça a exumação do corpo do lutador para que novos exames sejam feitos. "Só estou aguardando ter acesso aos laudos do IML (o que deve ocorrer esta semana) para decidir se pedimos a exumação. De maneira nenhuma a conduta do doutor Sabino contribuiu para a morte do Ryan".

O advogado sustentou que o psiquiatra insistiu na internação do lutador, chegando a afirmar que o paciente "estava à beira de um colapso". "Como médico, o doutor Sabino tinha que agir, senão responderia por omissão de socorro", disse Lazarini. Para ele, mesmo após tanto tempo seria possível realizar um novo exame necroscópico no corpo da vítima.

A defesa de Sabino quer provar que havia dois motivos para Gracie ter ido ao hospital. "As agressões e o surto psicótico", explicou o advogado. Segundo ele, o lutador sofreu vários golpes na cabeça de capacetes por parte de motoboys revoltados com a conduta do atleta.

Advogado quer reconstituição do caso Ryan Gracie.
Pedro Lazarini defende o psiquiatra do lutador e critica conduta da polícia.


Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir