Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-02-2008

Compra de ações pela internet dobra no país: veja como.
Sistema conhecido como home broker já responde por 36% dos negócios da Bovespa.
Compra de ações pela internet dobra no país: veja como.

O investimento pela internet e sem intermediários está multiplicando o número de pessoas físicas que investem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Somente no último ano, o número de pessoas que utilizam o chamado home broker mais que dobrou, atingido 217 mil usuários em janeiro de 2008.

Hoje, o sistema já responde por 36% dos negócios realizados na bolsa paulista e por mais de 10% do volume financeiro. O home broker é o sistema de compra e venda de ações pela internet. Para usar a ferramenta, basta abrir uma conta nas 57 corretoras de valores ou usar os serviços oferecidos pelos bancos comerciais brasileiros.

Uma das vantagens desse sistema é que não é necessário instalar nenhum software especial ou fazer qualquer cursos para aprender a operar. Basta saber navegar na internet e, é claro, ter algum conhecimento no mercado de ações.

'Primeira viagem'
Rafael Paschoarelli, autor do livro "Como ganhar dinheiro no mercado financeiro", diz que, com um pouco de conhecimento sobre o mercado de ações, já é possível utilizar o home broker. "Se a pessoa não souber nada [sobre mercado de ações], é melhor entrar em um fundo. Mas o melhor mesmo é que ela estude e aprenda", afirma.

Ele diz não entender, por exemplo, porque as pessoas investem em fundos de apenas uma ação, como Vale ou Petrobras (sem recursos do FGTS), já que é possível comprar esses papéis diretamente e por um preço menor pela internet. "É melhor ir para o home broker e comprar a ação da Vale ou da Petrobras."

Como funciona
A tela do home broker varia de acordo com a corretora. Em geral, existe um campo para que o cliente possa procurar a ação que quer comprar (pelo código ou nome da empresa), ou selecioná-la de uma lista (como mais negociadas ou maiores altas).

Ele também pode acompanhar o histórico do papel e, em alguns casos, verificar o potencial de valorização projetado pela própria corretora.

Depois de selecionar o papel e digitar a quantidade de ações que quer comprar, ou o valor da compra, a ordem é enviada pela própria internet para a corretora. Posteriormente, ele recebe a confirmação da compra. A partir daí, é possível acompanhar o desempenho da aplicação em tempo real.

Ajuda aos iniciantes
Para atrair mais investidores para o home broker, inclusive aqueles que ainda não se arriscam a caminhar sozinhos no mercado de renda variável, corretoras e bancos estão investindo na parte educacional e de suporte ao cliente.

A maioria das corretoras oferece uma série de recursos extras, como relatórios, análises, gráficos e até mesmo programas que avisam o internauta sobre grandes oscilações no preço das suas ações.

Já os grandes bancos estão aproveitando a sua rede física de agências para que o cliente tenha um primeiro contato com esse tipo de ferramenta. Várias instituições oferecem salas de ações, onde o cliente pode utilizar o computador para aplicar na bolsa, além de contar com a ajuda de funcionários, ligados à corretora do banco, para orientá-lo.

O Bradesco, por exemplo, já possui oito salas desse tipo instaladas em grandes agências do país e pretende chegar a 60 até o final do ano.

"A procura é muito grande, com uma média de visitação de 30 clientes diariamente", diz o diretor da Bradesco Corretora, Anibal Cesar dos Santos. "Essas salas ajudam a trazer as pessoas. A gente praticamente dobrou número de clientes de home broker de 2006 para 2007."

Perfil
Um levantamento realizado no ano passado pela corretora Banif mostra que a maioria desses investidores são homens, com cerca de 30 anos e facilidade para navegar pela internet.

"É uma geração que hoje está chegando na casa dos 30 anos, que já cresceu habituada com a internet e começa a ter uma renda que lhe permite fazer investimentos no mercado de renda variável", diz Bruno Di Giorgio, da corretora Banif.

Os valores de aplicação também variam muito de acordo com o perfil do investidor. A média hoje é de R$ 10 mil por operação, número que, segundo algumas corretoras, é inflado pela migração de grandes investidores para o home broker em busca de custos menores para aplicar o dinheiro.

"Você tem desde um investidor de R$ 1 mil até R$ 100 mil. Há desde estudantes que estão entrando nesse mercado até grandes investidores que saíram da mesa de operação e migrara para home broker por custo", diz Di Giorgio.

Para o gerente de negociação eletrônica da corretora Intra, José Luiz Martins, esse sistema é um dos grandes responsáveis pelo aumento das pessoas que investem diretamente no mercado de ações, em vez de optarem por fundos, devido à facilidade de gerenciar a aplicação.

"Se não existisse esse sistema, não haveria tanta pessoa física na bolsa. O mercado ganhou volume por causa dessa facilidade", diz Martins. "Há uma demanda muito grande de investidores novos e a porta de entrada deles é o home broker."

Compra de ações pela internet dobra no país: veja como.
Sistema conhecido como home broker já responde por 36% dos negócios da Bovespa.


Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir