Categoria Politica  Noticia Atualizada em 24-02-2008

Começa sessão parlamentar que elegerá sucessor de Fidel
Novo chefe de Estado será nomeado após reunião da Assembléia Nacional
Começa sessão parlamentar que elegerá sucessor de Fidel
Foto: AFP

A sessão parlamentar que elegerá o sucessor de Fidel Castro começou neste domingo (24) com a presença de Raúl Castro, candidato favorito, e na ausência do líder cubano, segundo a agência France Presse.

A reunião foi iniciada com uma mensagem da presidente da Comissão Nacional Eleitoral, María Esther Reus, às 10h locais (12h de Brasília), que instaura a nova Assembléia Nacional que designará entre seus 614 deputados -entre eles Raúl- o novo presidente, depois que Fidel desistiu da reeleição na terça-feira passada.

Fidel Castro, de 81 anos, deixa a Presidência de Cuba 49 anos depois de ter chegado ao poder, por ainda não ter se recuperado de uma doença que o levou a ceder o comando a Raúl, de forma provisória, há 19 meses.

O nome do novo chefe de Estado será declarado oficialmente após a instalação de uma nova legislatura de cinco anos da Assembléia Nacional do Poder Popular, que tem duas sessões por ano e no último qüinqüênio, com exceção dos orçamentos anuais, aprovou apenas uma lei.

Depois, provavelmente a portas fechadas, será eleita a nova direção do Parlamento, o presidente, os vice-presidentes, o secretário e demais membros do Conselho de Estado, integrado por 31 pessoas.

Apatia
Os cubanos aguardam com calma e até certa apatia a escolha, neste domingo (24), do novo presidente do Conselho de Estado, após quase 50 anos com Fidel Castro no poder.

Em Havana, até a véspera da reunião da Assembléia Nacional, na qual será anunciado o nome do sucessor de Fidel, o clima foi de absoluta tranqüilidade. Até agora não foi revelado oficialmente o nome do novo presidente, mas que muitos acreditam que será o general Raúl Castro, de 76 anos, interino no cargo há 19 meses e irmão do líder da Revolução Cubana.

O resultado, entretanto, pode ser outro, já que Fidel, mesmo renunciando, não deixou claro que papel que outros líderes políticos, como o vice-presidente Carlos Lage Davila e o ministro do exterior, Felipe Perez Roque, vão ter no governo.

Há ainda a possibilidade de Cuba continuar sendo governada essencialmente por dois presidentes, com Raúl à frente e Fidel nos bastidores, já que, em sua renúncia, Fidel deixou claro que ele não está saindo de cena. "Não estou dizendo adeus a vocês", escreveu ele. "Eu apenas gostaria de lutar como um soldado das idéias".

Povo
Jorge, de 29, anos, disse à Agência Efe que não se importa muito com a sucessão, pois o que o preocupa mesmo é conseguir uma permissão para abandonar a ilha. Tomás, um pedreiro de 47 anos, aguardará o que vai acontecer: "É a primeira vez que acontece isto. É preciso esperar para ver como ficarão as coisas".

Para ele, não há dúvidas de que o novo chefe de Estado e de governo será Raúl Castro, presidente provisório desde 31 de julho de 2006, e que com o irmão de Fidel "as coisas podem melhorar um pouco".

A tranqüilidade foi a tônica em Cuba desde que, na terça-feira (19), o líder da Revolução Cubana, de 81 anos, anunciou nos meios de comunicação da ilha, todos estatais, que não aceitará a renovação de seu mandato.

Mudança
Enquanto o mundo comenta as mudanças institucionais em Cuba, nas ruas de Havana o povo parece alheio ao fato de que, pela primeira vez desde a sua criação, em 1976, o Conselho de Estado não será presidido pelo líder da revolução de 1959.

Sacha, estudante de 18 anos, disse que a política não lhe interessa.

"Aqui não vai acontecer nada, e se ocorrer alguma confusão, já estaremos preparados", disse, salientando que essa "confusão" só pode vir de fora de Cuba, em referência aos Estados Unidos.

Dania, de 60 anos, não acredita que a renúncia de Fidel trará mudanças, porque o líder "preparou o povo durante tempo para quando isto ocorresse".

"O mais certo é que assuma Raúl. Portanto, tenho certeza de que tudo continuará como até agora", acrescentou a cubana, que trabalha numa policlínica.

O jornal oficial "Granma" afirma que os 614 deputados terão "a importantes e histórica missão" de escolher os componentes do Conselho de Estado.

No entanto, não faz referência direta à sucessão do "companheiro Fidel", como este aparece na imprensa oficial desde que, na terça-feira (19), pediu para ser chamado assim.

Em Havana, pelo menos abertamente, apenas diplomatas, analistas e correspondentes estrangeiros fazem debates sobre quem serão os novos presidente, vice-presidentes, líderes do Parlamento e demais integrantes dos conselhos de Estado e de Ministros.

Começa sessão parlamentar que elegerá sucessor de Fidel Castro. Novo chefe de Estado será nomeado após reunião da Assembléia Nacional. Expectativa é que Raúl Castro, interino há 19 meses e irmão de Fidel, seja escolhido.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir