Categoria Politica  Noticia Atualizada em 24-02-2008

Como era esperado, Raúl Castro assume Presidência de Cuba
O general Raúl Castro, de 76 anos, assumiu hoje a Presidência de Cuba, sucedendo a seu irmão Fidel, de 81 anos e que governou a ilha por 49 anos e 55 dias
Como era esperado, Raúl Castro assume Presidência de Cuba

Antonio Martínez Havana, 24 fev (EFE) - O general Raúl Castro, de 76 anos, assumiu hoje a Presidência de Cuba, sucedendo a seu irmão Fidel, de 81 anos e que governou a ilha por 49 anos e 55 dias.

Filho de um emigrante, Raúl foi nomeado pela Assembléia Nacional presidente do Conselho de Estado - a máxima autoridade do país -, como a maioria dos cubanos esperava.

O general ocupava a Presidência provisória da ilha desde 31 de julho de 2006, quando Fidel delegou-lhe seus poderes por causa de um problema de saúde na região do intestino que o obrigou a passar por uma intervenção cirúrgica.

Fidel escolheu seu irmão como sucessor logo após a vitória dos rebeldes sobre o ditador Fulgêncio Batista, em 1959. Desde então, Raúl sempre foi o segundo homem na linha de comando de todas as frentes políticas e institucionais.

Os biógrafos do quinto e do oitavo dos nove filhos que o galego Ángel Castro teve com duas cubanas, após imigrar sem um tostão no bolso e virar fazendeiro, dizem que Fidel e Raúl tiveram grandes brigas ao longo da vida, embora nunca tenham evidenciado suas desavenças em público.

Raúl "dirige a maior parte dos assuntos diários do Governo de Cuba, enquanto seu irmão dedica mais tempo aos assuntos globais e ideológicos", escreveu há duas décadas o jornalista e biógrafo americano Tad Szulc.

"Com seu bigode cortado e seu rosto redondo, ele parece um merceeiro satisfeito consigo mesmo, mas é muito respeitado por sua firmeza e capacidade", acrescentou o americano, que destacou as qualidades de Raúl como administrador.

Antonio López, historiador da casa-museu dos Castro em Birán, povoado natal deles, na província de Holguín (leste), conta que, em 1935, Raúl assumiu o comando do bar La Paloma, que pertencia ao pai, pondo fim aos prejuízos do local ao "se livrar" dos maus pagadores.

A maior conquista do general foi transformar o Exército insurgente nas modernas Forças Armadas Revolucionárias.

Com seus militares, ele também ajudou Cuba a sobreviver economicamente durante o "período especial", eufemismo para o momento em que a economia da ilha entrou em crise com o fim do bloco soviético.

Apesar da fama de duro e ortodoxo, Raúl, segundo especialistas, adotou medidas de abertura em fases críticas. Por exemplo, promoveu feiras livres para garantir alimentos ao povo, argumentando que "valem mais os feijões que os canhões".

Quando assumiu provisoriamente o comando do país, há cerca de um ano e meio, o general teve todo o apoio de Fidel, que designou seis "pesos pesados" do partido e do Governo para ajudá-lo.

Mas, apesar do suporte, quem continuava liderando o regime era Fidel, que, mesmo convalescente, aprovava a maioria das decisões vitais do Governo e ainda mantinha seu poder de veto.

Analistas e diplomatas acreditam que, por isso, Raúl defendia a necessidade de reformas estruturais e reconhecia um "excesso de proibições", embora não tenha tomado atitudes substanciais sobre o assunto durante sua gestão interina.

Em 2007, Raúl enumerou os problemas econômicos cubanos e ressaltou a necessidade de ajustes, mas a falta de alimentos, imóveis, transportes e outros artigos e serviços continua sendo o grande calvário cotidiano dos cubanos.

Diferentemente de Fidel, Raúl não costuma aparecer muito em público e pronuncia discursos breves e concisos.

Em 1953, os dois foram presos após a fracassada tentativa de invasão ao quartel Moncada . Depois, foram anistiados e viajaram para o México para receber treinamento militar e preparar a incursão do iate Granma.

Raúl foi casado com Vilma Espín, que morreu em 2007. Eles se conheceram em Sierra Maestra e tiveram quatro filhos.

Como era esperado, Raúl Castro assume Presidência de Cuba.

Fonte: www.uol.com.br
 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir