Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-02-2008

Obama ataca Nafta, mas apóia livre-comércio
O pré-candidato Barack Obama (de costas) abraça o pai de garota morta por atirador na Northern Illinois, em cerimônia às vítimas
Obama ataca Nafta, mas apóia livre-comércio
Foto: Charles Rex Arbogast/Getty Images/AFP

Por Jeff Mason

LORAIN, Estados Unidos (Reuters) - O pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu no domingo a parceiros comerciais de seu país que não é contra o livre-comércio, apesar de fazer críticas cada vez mais frequentes a acordos multilaterais, como o Nafta (que envolve também México e Canadá).

Esse é um dos principais temas da campanha dele em Ohio, onde os tratados comerciais são especialmente impopulares por acarretarem a perda de empregos industriais.

Também no Texas --outro Estado importante que realiza eleições primárias no dia 4-- Obama faz críticas contumazes ao Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).

Ele atacou a adversária Hillary Clinton por ter mudado de posição a respeito do tratado e disse que um eventual governo Obama vai tentar alterá-lo para incluir mais proteções ambientais e trabalhistas.

Mas o senador diz que suas restrições ao Nafta não significam uma oposição ao livre-comércio como um todo. "Minha posição consistente [é de que] acredito no comércio. Só quero garantir que as regras de trânsito se apliquem a todos, sejam justas e reflitam os interesses dos trabalhadores, e não só dos lucros das empresas", disse ele após visitar operários numa fábrica de Ohio.

O Nafta entrou em vigor em 1994, quando os EUA eram governados por Bill Clinton, marido de Hillary.

Em um livro de memórias, a senadora diz que o Nafta foi um sucesso. Durante a campanha, porém, fala em revê-lo e acusa Obama de se queixar sem ter soluções a oferecer.

O candidato diz que sempre foi contra o Nafta e que os trabalhadores dos EUA não são os únicos a sofrerem com seus efeitos, já que no México tampouco houve melhora nos salários e benefícios.

Obama disse ainda que a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio deveria ter regras contra o trabalho infantil e a devastação ambiental, criando oportunidades para que países pobres vendam seus produtos aos ricos.

"Quando pensamos na Rodada Doha de acordos comerciais, por exemplo, acho que é perfeitamente adequado dizermos que os países paupérrimos deveriam poder exportar para os países mais ricos numa base que lhes permita elevar seu padrão de vida", declarou.

"Temos de ter alguns padrões mínimos, e temos de ter fiscalização em coisas como parâmetros de segurança", acrescentou.

Obama disse que ignorar os efeitos negativos dos acordos trabalhistas só vai reforçar tendências protecionistas nos partidos Republicano e Democrata, e que isso por sua vez será ruim para a situação econômica.

A economia, num cenário de possível recessão, se tornou o principal tema da campanha para a eleição geral de novembro nos EUA.

Obama ataca Nafta, mas apóia livre-comércio.

Fonte: http://economia.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir