Programa usado para proibir acesso teria sobrecarregado servidores de outros países
Foto: Reprodução/ Tv Globo Usuários de vários países de todo o mundo perderam acesso ao site de compartilhamento de vídeos YouTube por até duas horas no último sábado (23), após o governo paquistanês iniciar um bloqueio para que os internautas de seu país não possam acessar o endereço.
Um especialista em telecomunicações ligou o blecaute a um tipo de programa de bloqueio usado por uma companhia paquistanesa de telecomunicações. O bloqueio teria afetado servidores de outras regiões, que teriam ficado sobrecarregados. A "contaminação" de outras regiões pelo bloqueio do Paquistão teria então provocado a impossibilidade de acesso ao site.
De acordo com a Renesys Corp" empresa que monitora o tráfego na internet para grandes companhias, o problema chegou a atingir dois terços de todos os usuários mundiais da web. A região mais atingida foi a Ásia, que ficou duas horas sem acesso ao site.
"Nós estamos investigando o ocorrido e trabalhando para evitar que ele se repita novamente", declarou o YouTube em um comunicado oficial.
Proibição de acesso
A acesso ao site foi bloqueado no final de semana devido a supostos filmes anti-islâmicos existentes no endereço, uma fonte do governo paquistanês disse no último domingo (24) à agência Associated Press.
A Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA) não especificou qual o material que teria provocado o bloqueio. No entanto, a fonte da Associated Press revelou que a ação teria sido motivada pelo eminente lançamento de um filme patrocinado pelo político holandês Geert Wilders. O filme mostraria o Islã como uma religião fascista que incita a violência contra as mulheres e os homossexuais.
Segundo um responsável da PTA, M. Nabacha, o governo paquistanês, por meio de um comitê interministerial, decidiu na sexta-feira passada (22) fechar o acesso por conter "documentos e vídeos blasfemos".
Nabacha explicou à Efe que um comitê formado por membros dos ministérios de Assuntos Religiosos, Informação e Interior se dirigiu a seu organismo para ordenar o bloqueio do YouTube e que a PTA efetivou a ordem ontem.
"Estamos em contato com o portal e lhes informamos da situação para que retirem os vídeos", assinalou Nabacha, quem assegurou que é "a primeira vez" que uma decisão deste calibre é tomada.
Ela lembrou, no entanto, que no passado já haviam sido bloqueadas algumas páginas da web que exibiam caricaturas de Maomé.
Vários ministérios paquistaneses consultados pela Efe negaram-se a comentar o fechamento do YouTube.
Estratégia
Enquanto isso, alguns cidadãos optaram por buscar estratégias para burlar a proibição, pedindo em foros de internet conselhos de usuários para poder tornar o YouTube acessível.
O Paquistão não é o primeiro país a bloquear o site de vídeos. Em janeiro, a Turquia fechou o acesso ao endereço devido a vídeos que supostamente quebraram a lei nacional ao insultar um dos fundadores do país, Kemal Ataturk. Outros países, como a Tailândia e o Marrocos, já tomaram ações semelhantes devido a vídeos postados no YouTube.
*Com informações das agências Associated Press e Efe.
Bloqueio paquistanês causou blecaute mundial no YouTube
Programa usado para proibir acesso teria sobrecarregado servidores de outros países.
Região mais afetada foi a Ásia, que ficou duas horas sem acesso ao site.
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