Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-02-2008

Ex-congressistas libertados pedem solução política
Os quatro ex-congressistas colombianos libertados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)
Ex-congressistas libertados pedem solução política
Foto: David Fernandez / EFE

Da EFE
Em Caracas

Os quatro ex-congressistas colombianos libertados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) expressaram hoje seu compromisso de trabalhar para salvar os demais reféns da guerrilha. A postura pode ser considerada uma vitória política do presidente venezuelano Hugo Chávez, que planeja formar um grupo internacional para negociar a troca dos reféns com as Farc de forma independente do governo colombiano.

"É preciso fazer algo para salvá-los. Vamos trabalhar em uma série de ações para sensibilizar a opinião pública e pressionar as partes para que entendam que a solução é política", disse o ex-congressista Luis Eladio Pérez.

"É absurdo pensar na possibilidade de um resgate militar. Se o presidente colombiano insistir nesta via, vai receber 40 ou 50 cadáveres", afirmou.

Em entrevista coletiva esta noite em Caracas, o ex-congressista indicou que têm uma proposta para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e também para os presidentes de França, Nicolas Sarkozy, e de Hugo Chávez, mas que não podia torná-la pública hoje.

"Tornaremos públicas as propostas quando os três a conhecerem", disse.

Seus companheiros de cativeiro também libertados ontem, Gloria Polanco, Orlando Beltrán e Jorge Eduardo Gechem, alertaram ainda para a necessidade de um acordo humanitário para resolver o conflito na Colômbia.

Após um comovente relato dos momentos mais difíceis de seus seis anos de seqüestro, Gloria Polanco agradeceu pelas gestões de Chávez e da senadora colombiana Piedad Córdoba.

"O valor que tem que ser dado é à vida, não a um pedaço de terra, a alguns quilômetros...", disse a ex-congressista, em alusão à recusa do Governo colombiano a responder ao pedido das Farc de desmilitarizar uma zona para a negociação da troca humanitária.

Chávez cobra 'mudança de postura'
Hugo Chávez qualificou como "decepcionante" a postura do Governo da Colômbia frente à troca humanitária de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"São decepcionantes as declarações dos porta-vozes da Colômbia; para eles, parece que o tempo não passou (...) são irredutíveis, é uma coisa absurda", disse Chávez.

O líder reiterou que uma proposta sua para formar um grupo internacional para negociar a troca dos reféns, que seria apoiada por "inúmeros Governos latino-americanos e europeus", obrigaria Bogotá a encaminhar a troca humanitária com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"(O presidente colombiano Álvaro) Uribe vai ter que mudar de posição, pois vamos fazer com que se movimente. O sentimento humanitário e as correntes de opinião no mundo vão fazer com que a oligarquia colombiana mude de opinião", garantiu Chávez.

O ministro do Interior colombiano, Carlos Holguín, reiterou hoje que o Governo de Uribe não desmilitarizará os dois municípios do sudoeste do país exigidos pela guerrilha das Farc como condição para negociar uma troca humanitária.

Chávez precisou afirmou que sua proposta de criar um grupo internacional a favor da troca humanitária é respaldada pelos Governos de seus homólogos de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Equador, Rafael Correa; Argentina, Cristina Fernández e França, Nicolas Sarkozy.

Ex-congressistas libertados pedem solução política para reféns das Farc

Fonte: http://noticias.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir