Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-03-2008

"Situação em Sobral é mais complicada do que parecia"
Novos tremores de terra foram sentidos pela população da cidade de Sobral, no Ceará, às 21h57 e às 23h25 da noite

Foto: Danilo Verpa/Folha Imagem

Ana Sachs
Da Redação

Os tremores de terra que atingiram a região de Sobral, cidade a 235 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, durante a madrugada e manhã desta sexta-feira (29), podem continuar por vários dias e até anos, disse em entrevista ao UOL o coordenador de Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Joaquim Ferreira, um dos técnicos destacados para avaliar a situação no local.

De acordo com ele, os abalos sísmicos são comuns no Nordeste do Brasil, mas, na maioria dos casos, não são sentidos pela população. Esses tremores, no entanto, têm algumas particularidades. "O normal é quando ocorre um grande seguido de réplicas e a atividade tende a decrescer. Mas, no Nordeste, é normal que você tenha [atividades] durante muito tempo, às vezes anos. Por exemplo, Cascavel [também no Ceará] tem atividade sísmica de 1993 continuamente", explicou.

Ao avaliar os dados preliminares, colhidos em uma estação próxima a Fortaleza, Ferreira afirmou que "a situação é muito mais complicada do que parecia no início". Segundo ele, o tremor inicial, que despertou e assustou os moradores da região, aconteceu por volta da 1h30 da manhã. "Mas a gente acha que talvez tenha um maior ainda mais tarde", disse. "Houve muitos tremores de magnitude acima de 3,5. Só poderemos saber mesmo o que aconteceu quando baixarmos os dados da estação de Sobral", apontou.

De acordo com o sismólogo, os tremores continuaram durante toda esta sexta-feira e estão acontecendo com mais freqüência. Ele explicou que já aconteceram abalos sísmicos próximos a Sobral em outros anos. "Tremores nessa região têm vários, o problema é que agora ativou uma região nova, perto de Alcântaras [outro município da região]", disse.

Ferreira foi a Sobral para avaliar a situação e conversar com a população. "Nós não sabemos como isso vai evoluir. Eu não posso afirmar se depois desses tremores dessa noite a atividade sísmica vai aumentar ou vai diminuir. Isso não dá para prever", frisou. "Sempre é preocupante. As pessoas têm que estar preparadas para agir em situações de emergência", frisou.

"Situação em Sobral é mais complicada do que parecia", diz sismólogo da UFRN

Fonte: http://noticias.uol.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir