Categoria Politica  Noticia Atualizada em 03-03-2008

Colômbia diz que Venezuela e Equador têm relações com Farc
Acordo seria para abrigar terroristas, diz nota do governo colombiano. Texto foi lido por Cisar Mauricio Velásquez
Colômbia diz que Venezuela e Equador têm relações com Farc
Foto: AFP

O governo colombiano anunciou nesta segunda-feira (3) que levará ao conhecimento da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos) "revelações sobre acordos do grupo terrorista Farc com os governos do Equador e da Venezuela. Também informou que não mobilizará tropas à fronteira.

"O governo expressa sua preocupação por acordos que possam existir entre as Farc e os governos do Equador e Venezuela, que violam as normas internacionais em sua proibição de os países abrigarem terroristas", afirmou Cisar Mauricio Velásquez, assessor de imprensa da Presidência, lendo uma nota oficial do governo.

Velásquez ressaltou ainda que o governo colombiano "não fará movimento de tropas na fronteira com esses países".

A crise entre esses três países foi iniciada neste final de semana, após uma operação militar colombiana dentro de território equatoriano ter matado o número 2 das Farc, Raúl Reyes.

Reyes, que tinha 59 anos, era considerado um dos homens da linha dura das Farc e braço direito do fundador da guerrilha, Manuel Marulanda ("Tirofijo"), de quem era genrno. Além disso, era a face visível das Farc, responsável pelos contatos políticos do grupo, especialmente no tema dos reféns.

Equador e Venezuela fecharam no domingo (2) suas embaixadas em Bogotá e enviaram tropas à fronteira com a Colômbia, elevando a crise diplomática gerada com a operação militar colombiana em território equatoriano, realizada no sábado (1).

Já o governo da Colômbia acusou o presidente equatoriano, Rafael Correa, de ter compromissos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e revelou documentos que mencionam o interesse de Quito de manter relações com a guerrilha.

Mediação brasileira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está tomando medidas diplomáticas para tentar solucionar a crise que se instalou entre Colômbia, Equador e Venezuela.

Segundo Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o governo brasileiro usará os canais diplomáticos para mediar os problemas políticos gerados após a operação militar colombiana que matou o número dois na hierarquia das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, em território equatoriano, no último final de semana.

"O presidente Lula conversou com [o chanceler] Celso Amorim, que está tomando as medidas necessárias. Acho que nós vamos mobilizar toda a força da diplomacia brasileira e de outras capitais sul-americanas para reduzir ao máximo a tensão e procurar encontrar uma solução duradoura para esse problema", disse Marco Aurélio Garcia em entrevista à rádio "CBN", nesta segunda-feira (3).

Garcia contou ainda que Lula tem o assunto na pauta para o encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. "Há interesse do Chile também em coordenar as operações", afirmou.

"Agora, o mais importante é reduzir ao máximo a tensão", disse. "Respeitamos as medidas dos países, não queremos interferir nas medidas internas, mas não podemos ser indiferentes", completou.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir