Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-03-2008

'Me senti como se fosse bandida', conta brasileira barrada
Comerciante conta que avião da Iberia trouxe 11 brasileiros e três paraguaios
'Me senti como se fosse bandida', conta brasileira barrada
Foto: G1

Humilha��o, maus-tratos e discrimina��o s�o reclama��es recorrentes entre os brasileiros que chegaram na manh� desta sexta-feira (7) ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande S�o Paulo, ap�s terem sido barrados na Espanha.

“Me senti muito mal, como se fosse uma bandida. Fomos escoltados por policiais at� a hora de voltar”, conta a comerciante Elisete, de 40 anos, que preferiu n�o informar o sobrenome.

Elisete afirma que 11 brasileiros e tr�s paraguaios que estavam no v�o 6827 da Iberia foram impedidos de entrar no pa��s europeu. Entretanto, outro brasileiro disse que o n�mero de paraguaios no v�o era quatro. At� as 9h50, n�o havia confirma��o oficial sobre a quantidade de pessoas que havia retornado ap�s serem barradas na Espanha. Pelo menos nove dos onze brasileiros desceram em Guarulhos e remarcaram passagens para outras cidades.

A comerciante conta que chegou na quinta-feira (6) �� Espanha, onde pretendia fazer uma conex�o e seguir para Portugal. L�, passaria f�rias na casa de amigos. Entretanto, ela diz que bastou mostrar o passaporte brasileiro para sofrer o que ela considera discrimina��o.

Ao apresentar o passaporte, ela disse ter sido encaminhada para uma sala onde permaneceu retida com outros brasileiros. “Nos mandaram para uma sala, na qual ficamos por cerca de seis horas. Depois, andamos em um �nibus por 20 minutos para outro setor na parte antiga do aeroporto. Nessa outra sala nos revistaram e tiraram nossos pertences das bolsas de m�o”, disse.

Elisete conta que n�o conseguiu avisar a fam��lia sobre sua situa��o na Espanha. Ela afirma que na segunda sala onde permaneceu retida havia dois telefones p�blicos dispon��veis para os cerca de 100 detidos. Entretanto, ela conta que a falta de moedas e as filas impediram o contato com o Brasil.

Sem bagagens
O promotor de vendas Marcos Vin��cius, de 23 anos, de Bras��lia, planejava passar sete dias em Paris. Ele conta que ap�s desembarcar na Espanha, por volta das 7h de quinta-feira (6), apresentou o passaporte e, na seq���ncia, foi encaminhado para duas salas. Na segunda, conta ter permanecido vigiados por agentes e por c�meras, al�m do local ter um vidro com pel��cula. “Era praticamente uma pris�o”, disse.

Segundo o promotor, o grupo s� recebeu alimenta��o cerca de dez horas depois: �gua, p�o seco e uma ma��. “Primeiro eles n�o falavam nada, olhavam com cara feia, como se n�s f�ssemos bichos. Podia acontecer o pior, fomos escoltados como ladr�es”, disse. Agora, al�m de superar a decep��o, o brasileiro ainda precisa resolver outro problema pr�tico, recuperar suas malas que seguiram para a Fran�a.

Bruno de Souza, estudante de 18 anos de Cuiab�, tinha como destino a cidade espanhola de La Coru��a. Ele iria passar 30 dias de f�rias com o tio, que � casado com uma espanhola e j� mora h� seis anos no pa��s. Souza sofreu o mesmo que os outros deportados quando chegou ao pa��s, na �ltima quarta-feira (5) pela manh�, sendo impedido de passar pela imigra��o logo ap�s mostrar o passaporte, sem ter a chance de apresentar nenhuma documenta��o extra. “Eles eram muito ignorantes, n�o podia nem perguntar nada em tom de voz normal que eles j� falavam que a gente estava gritando”, conta.

Ele afirma ter ficado o primeiro dia inteiro em uma sala apenas com cadeiras, junto com outras pessoas. “N�o podia sair, parecia um pres��dio, em todos os lugares havia policiais, at� para ir ao banheiro o policial ia junto”. Ele, que iria fazer sua primeira viagem internacional, afirma que est� se sentido p�ssimo. “Me senti muito humilhado, voc� n�o vale nada l�.”

Os estudante afirma que conseguiu entrar em contato com o tio enquanto estava detido. A mulher dele, que � espanhola, foi �� pol��cia e ao consulado para tentar resolver a situa��o, mas n�o teve sucesso. Ele ainda contou que uma pessoa foi tratada com trucul�ncia enquanto eles esperavam o v�o de volta. “A pessoa foi comprar um caf� e a bebida demorou um pouco para sair. O policiais ficaram bravos e a puxaram pelo bra�o.”

Gr�vida
A estudante Lucimeire de Souza Rocha, de 21 anos, estava indo de Goi�nia para encontrar o namorado na Espanha. Ela est� gr�vida de cinco meses, afirmou que morou na Espanha por um ano, tendo voltado ao Brasil h� dois meses. Ela estava indo para o pa��s europeu para se encontrar com o namorado espanhol e ter seu filho.

“N�o falaram nada para a gente, fiquei sem saber nada”. Ela conta que o namorado conseguiu um advogado espanhol para tentar resolver seu caso, mas que ele n�o foi aceito. “Aceitaram apenas o advogado que foi levado por eles, que n�o fazia nada. Fiquei dentro de uma salinha como se fosse um cachorro.”

'Me senti como se fosse bandida', conta brasileira barrada na Espanha
Comerciante conta que avi�o da Iberia trouxe 11 brasileiros e tr�s paraguaios.
Deportados reclamam de discrimina��o sofrida ao tentar conex�es na Espanha

Fonte: Juliana Cardilli

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir