Foram fabricados 600 bonecos usados nas missas dominicais das 264 igrejas da cidade.
Foto: Alba Valéria Mendonça/G1 Para enaltecer a defesa da vida, lema da Campanha da Fraternidade de 2008, “Escolhe, pois a vida”, a Arquidiocese do Rio adotou como s��mbolo um boneco no formato e do tamanho de um feto de tr�s meses de gesta��o. Al�m do cartaz afixado nos murais, algumas igrejas como a de Santa Margarida Maria, na Lagoa, e S�o Judas Tadeu, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, deixaram o boneco em exposi��o no altar.
Ao todo, foram confeccionados 600 bonecos que ser�o usados nas prociss�es das missas dominicais, no per��odo da quaresma, nas 264 igrejas do Rio, segundo noticiou a Folha de S�o Paulo na edi��o desta ter�a-feira.
Gel branco
Na Igreja de Santa Margarida Maria, o feto foi colocado num pote de vidro com gel branco, que d� a impress�o de o boneco estar envolto na placenta. O pote fica no altar, ao lado do cartaz da campanha.
Na Igreja de S�o Judas Tadeu, o boneco foi colocado numa almofada branca, sobre um pequeno pedestal forrado com uma toalha branca rendada. O feto est� na frente do altar. Segundo a dona-de-casa Cacilda Almeida, freq��entadora da igreja, os fi�is menos atentos s� reparam no s��mbolo da campanha no momento da missa.
“Se ele n�o estivesse colocado na frente do altar, seria dif��cil notar. Mas � bom que cause impacto sobre a juventude para que ela perceba que a partir da fecunda��o j� tem um cora��o pulsando no corpo da m�e, j� tem uma vida. Acabar com essa vida � crime”, disse Cacilda.
Feto � usado nas missas dominicais
O bispo auxiliar do Rio, dom Ant�nio Augusto Dias Duarte, respons�vel pela �rea de Promo��o e Defesa da Vida da Arquidiocese, disse que o boneco � um instrumento pedag�gico, que serve para dar �nfase ao tema da campanha. O feto � usado nas missas dominicais. Nos demais dias da semana, fica a crit�rio do padre de cada par�quia exibir ou n�o o boneco para a campanha. Dom Ant�nio disse que o objetivo n�o � chocar ou aterrorizar os fi�is.
“Seria chocante se usasse um boneco com quatro ou cinco semanas, que ainda n�o tem forma corporal definida. Um feto n�o � uma imagem aterrorizante ou ofensiva. Um feto � a imagem da vida, que cativa e comove. N�o tem porque de as pessoas se escandalizarem. Uma not��cia inflamada de emo��o feita por um jornal paulista est� causando toda essa confus�o. Mas a rea��o das pessoas que costumam freq��entar a igreja tem sido, at� agora, muito serena e tranq��ila”, disse o bispo auxiliar.
Pediatra
Dom Ant�nio, que antes de se ordenar padre foi pediatra, disse pegou na internet v��deos com cenas de aborto, feitos por grupos em favor da vida, que utilizou em duas palestras fechadas que realizou recentemente. Ele negou que os v��deos sejam exibidos nas igrejas. Segundo ele, as palestras foram pedidas por pessoas ligadas � igreja que sabem que ele foi m�dico.
“Os v��deos t�m cenas t�o chocantes quanto a morte do menino Jo�o H�lio (morto em fevereiro de 2007). A brutalidade de se acabar com uma vida � chocante. Os v��deos mostram que o aborto � uma realidade, � chocante e que � necess�rio que as pessoas tenham consci�ncia sobre o que acontece”, disse dom Ant�nio.
O bispo auxiliar lembrou ainda que em Campanhas da Fraternidade anteriores, a diocese do Rio exibiu imagens expressivas. Em 2007, quando o tema era Amaz�nia, dom Ant�nio destaca que foram utilizados pain�is com fotos da regi�o amaz�nica e expostos trabalhos ind��genas. Em 2006, pessoas portadoras de defici�ncia participaram de missas como convidadas de v�rias par�quias para relatar suas experi�ncia. O tema era a aceita��o social de pessoas com defici�ncia.
No site da diocese, cardeal defente a vida
No site da Arquidiocese, o cardeal dom Eus�bio Scheid escreve que “A tem�tica da Campanha da Fraternidade destaca a defesa da vida em cada etapa de seu desenvolvimento: contra o crime do aborto, contra o menosprezo pela promo��o humana, contra a inseguran�a diante da viol�ncia hodierna e, finalmente, contra a eutan�sia, a chamada “morte assistida” que, al�m de grave ofensa a Deus, � crime”.
O texto prossegue com o cardeal considerando o aborto como o maior dos crimes, “pois trata-se do assassinato de inocentes indefesos. E n�o nos venham com argumentos forjados e absurdos, afirmando que a mulher tem direito ao seu corpo. Jamais uma crian�a por nascer pode ser considerada “parte” do corpo da m�e, ainda que dependa vitalmente dela para se desenvolver. � bom acentu�-lo, claramente. O �tero materno � o sacr�rio da vida de uma pessoa por nascer. A Igreja declara-se em favor da pessoa humana, que come�a a existir no momento em que o �vulo � fecundado”.
Col�gios cat�licos discutem tema em salas de aula
Col�gios cat�licos, como o Santo In�cio, dizem que est�o comprometidos com a defesa dos valores assumidos pela igreja, assim como o direito � vida e � dignidade humana, bases da Campanha da Fraternidade. Atrav�s da assessoria, o Santo In�cio informa que a �nfase no valor da vida � trabalhada em sala de aula. Mas como n�o � uma par�quia, a capela do col�gio n�o usa os s��mbolos da campanha.
Com alunos menores, o tema � abordado nas aulas de ensino religioso e ci�ncias. Com atividades com o objetivo de sensibiliza��o e compreens�o do que � a vida, como fen�meno natural, d�diva divina e bem individual e coletivo. A reprodu��o humana � um dos in�meros aspectos envolvidos, mas segundo o col�gio � tratado de forma adequada para cada idade.
A assessoria informa ainda que no Santo In�cio, a partir do 6� anos do ensino fundamental, o tema aborto passa gradualmente a figuram com mais �nfase. Ou por se tratar de quest�o central da sociedade atual ou como discuss�o trazida pelos pr�prios alunos para as aulas.
Diocese do Rio usa feto nas missas para enfatizar defesa.
Foram fabricados 600 bonecos usados nas missas dominicais das 264 igrejas da cidade.
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