Categoria Politica  Noticia Atualizada em 14-03-2008

Prostituta não sabia que cliente era o governador de NY
Segundo o 'New York Post', Ashley Dupré se encontrou várias vezes com o governador
Prostituta não sabia que cliente era o governador de NY
Foto: Reprodução/MySpace

A garota de programa de luxo Ashley Alexandra Dupré, de 22 anos, se encontrou várias vezes com o governador de Nova York, Eliot Spitzer, sem saber quem ele era, segundo informações do jornal "New York Post". Fontes próximas à garota disseram que ela só descobriu a identidade dele em seu último encontro, em 13 de fevereiro, em um hotel de Washington.

"Meu Deus! Vocês sabem quem é esse cara?", teria perguntado a seus chefes, segundo o "Post", após o encontro em que recebeu US$ 4.300 (cerca de R$ 7,300), e que levou ao escândalo que fez Spitzer renunciar a seu mandato na última quarta-feira (12).

A reportagem diz que Dupré, que era conhecida por "Kristen" pelo governador, foi apresentada a ele como "George Fox", nome que usava para esconder sua identidade.

Segundo o "Post", a garota começou a se envolver com o Emperors Club, a rede de prostituição de luxo, em 2006, respondendo a um anúncio que buscava garotas para ir a "festas" com homens endinheirados.

Os seguranças que acompanharam o governador em sua visita a Washington, e que ficaram hospedados no mesmo hotel em que ele se encontrou com "Kristen", vão ser ouvidos pela corregedoria da polícia de Nova York, segundo a reportagem. A investigação quer saber como Spitzer, que havia reservado dois quartos para ele mesmo, poderia se encontrar com a prostituta sem que seus seguranças soubessem.

Identidade revelada
A identidade de Ashley Alexandra Dupré foi revelada na última quarta-feira (12) pelo jornal "New York Times", que a entrevistou e que cita a história da sua vida publicada no site de relacionamentos MySpace.

"Está sendo um momento difícil para mim. É complicado", disse ela. "Eu só não quero ser vista como um monstro."

Dupré não está sendo processada. Ela foi poupada porque vai ser uma testemunha importante na investigação. Ela se negou a comentar, em entrevista ao jornal, como havia sido o encontro com o governador.

Em sua página no MySpace, ela fala da sua paixão pela música, que a levou de Nova Jersey para Nova York. Suas principais influências, diz, são Frank Sinatra, Christina Aguilera e Lauryn Hill.

No Emperors Club, que agenciava seus programas, ela aperecia com uma cotação intermediária na escala de sete diamantes, e aparentemente cobrava US$ 1.000 (cerca de R$ 1.700) por hora, segundo a reportagem do "New York Times".

Cafetina brasileira
Uma cafetina brasileira ajudou os investigadores norte-americanos no caso que levou à renúncia de Spitzer, afirma em sua edição desta quinta-feira (13) o "New York Post".

Andreia Schwartz, que já havia sido detida pelas autoridades dos Estados Unidos por cafetinagem, foi a "fonte confidencial" dos investigadores que apuravam a rede de prostituição na qual Spitzer, casado e pai de três filhos, esteve envolvido -ele foi cliente de ao menos uma das garotas.

Antes de se tornar cafetina, Andreia teria trabalhado no Emperors Club VIP -a casa de prostituição com a qual o governador de Nova York tinha relações. Depois, ela montou seu próprio bordel. Segundo o jornal, ela tinha entre seus clientes pessoas famosas.

Ela foi presa em 2006. No seu julgamento, a brasileira admitiu ser culpada das acusações de prostituição e de posse de drogas. Aceitou as acusações da corte e recebeu imunidade dos procuradores federais norte-americanos.

Os procuradores federais que acompanharam a investigação no Emperors Club VIP disseram que haviam ouvido em 2006 falar de uma mulher que estava ajudando a apurar o caso.

"Essa mulher era Schwartz -e ela se tornou uma 'fonte confidencial'", diz a fonte (cuja identidade não foi revelada) do jornal "New York Post".

Essa fonte do diário diz que Andreia teria providenciado documentos que ligaram o governador de Nova York à rede de prostituição. Entre os documentos estariam cheques pagos ao bordel.

O jornal nova-iorquino questionou o advogado de Andreia, Anthony Lombardino, sobre a relação da brasileira com o caso Spitzer. Ele disse "não ter a resposta".

Dois dias depois de ter seu nome envolvido num escândalo sexual, o governador de Nova York, Eliot Spitzer, anunciou sua renúncia nesta quarta-feira (12). Ele vai deixar o cargo na próxima segunda-feira (17).

Em seu discurso, ao lado da esposa, ele voltou a pedir desculpas ao povo de Nova York. Mas novamente não detalhou sua relação com o escândalo sexual, que afirma ser um "assunto privado".

Spitzer, casado e pai de três filhos, foi acusado de envolvimento em uma rede de prostituição pelo jornal "The New York Times". Spitzer admitiu a assessores que teve relações com pelo menos uma das prostitutas.

A relação de Spitzer com a rede de prostituição não está clara na reportagem do "New York Times". Mas fontes acreditam que o governador seria um dos clientes do Emperors Club VIP, um famoso bordel de Washington que foi alvo de uma operação da Justiça federal dos Estados Unidos -em que quatro pessoas foram presas na semana passada.

Na tarde de segunda-feira, ele pediu "desculpas ao público" e a sua família, mas não especificou o motivo. "Agi de uma forma que violei as obrigações para com minha família, e que de alguma maneira quebra meu sentido do bem e do mal", disse Spitzer ao lado de sua esposa Silda.

Spitzer deu a entender que considera o assunto particular e admitiu sua decepção pelo que considerou "um fracasso" pessoal. "Agora vou me dedicar a recuperar a confiança da minha família", afirmou o político democrata.

Spitzer é do Partido Democrata e fez campanha prometendo uma reforma ética.

Autoridades da administração de Nova York não confirmaram o jornal se a relação do governador com a rede de prostituição está ligada à prisão deste famoso bordel. Mas uma pessoa próxima ao governador disse ao "The New York Times" que acredita que ele era cliente -sua relação estaria comprovada em documentos em poder da Justiça.

Arquivos de viagem do governador indicam que ele estava em Washington na metade do mês de fevereiro. Um dos clientes descritos nos documentos da corte teria tido um encontro com uma prostituta do Emperors Club VIP na noite de 13 de fevereiro, informa o jornal.

Spitzer seria o homem identificado como "cliente 9" nos papéis em poder dos juízes. Ele teria tido conversas gravadas com agentes do bordel.

Atendimento VIP
Segundo blogs norte-americanos que investigam o fechamento do Emperors Club VIP, o bordel oferecia 50 prostitutas em Nova York, Paris, Washington, Miami e Londres.

Os encontros entre as mulheres e os clientes eram todos feitos principalmente através da internet. As garotas cobravam entre US$ 1.076 e US$ 5.921 por hora (algo entre R$ 1.800 e R$ 10 mil).

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir