Categoria Policia  Noticia Atualizada em 18-03-2008

Polícia está sem suspeitos para ataque a esposa de prefeito
Secretária e motorista viram os criminosos, mas não são capazes de fazer descrição
Polícia está sem suspeitos para ataque a esposa de prefeito
Foto: Alice Assumpção / G1

A polícia ainda não tem suspeitos para o caso do ataque à primeira-dama de Nova Iguaçu, ocorrido na noite da última sexta (14), no bairro da Luz, naquele município na Baixada Fluminense, quando ela deixava sua secretária, Patrícia Renata Ferreira, em casa.

Mesmo depois de ouvir as vítimas em depoimento nesta segunda (17), o delegado da 52ª DP (Nova Iguaçu), Orlando Zaccone, ainda trabalha com duas hipóteses: tentativa de homicídio e de roubo.

De acordo com o delegado, os depoimentos da esposa do prefeito Lindberg Farias, do motorista que guiava o carro e da secretária só confirmaram aquilo que os policiais já haviam conseguido levantar informalmente.

O ataque
As vítimas afirmam que, na ocasião, logo depois que a secretária deixou o carro para entrar em casa, um criminoso saltou de um carro, empunhando uma arma, e efetuou dois disparos, que não atingiram o veículo. A primeira-dama e o motorista escaparam, depois que eles deu marcha a ré com o carro da Prefeitura. Durante a manobra o veículo subiu a calçada e bateu no muro de uma casa.

O motorista e a secretária, que viram os criminosos, afirmam terem sido abordados por um grupo de cinco homens. Segundo eles, o indivíduo que empunhava a arma era jovem, branco, de estatura baixa e vestia calça jeans e blusa social.

Sem retratos-falados
Nenhum dos dois, no entanto, foi capaz de fazer um retrato falado. A polícia não conseguiu recolher os projéteis no local e ainda não identificou o veículo usado pelos criminosos. Segundo testemunhas, o carro teria chegado ao bairro momentos antes do crime para, supostamente, esperar a chegada das vítimas.

O delegado afirma que os indícios apontam mais fortemente para a hipótese tentativa de assalto, mas não é possível descartar nenhuma linha de investigação.

"Se o caso tivesse acontecido com uma pessoa comum eu não teria dúvidas de que seria crime contra o patrimônio. Mas como a esposa do prefeito está envolvida e estamos em ano de eleição, não podemos deixar de pensar em crime contra a vida", explica o delegado que aponta para os detalhes do crime que descaracterizariam um atentado.

"O fato de o ataque ter sido praticado por um grupo de cinco pessoas, o que é incomum para execuções, e de eles não terem continuado a perseguição para tentar matá-la, dá a idéia de que se tratou de uma tentativa de assalto."

Investigação
Para o delegado, as melhores chances de se conseguir chegar até os criminosos é encontrar o carro usado por eles no ataque. "Estamos com uma equipe na rua agora, atrás de testemunhas que tenham anotado placa, ou observado a ação dos criminosos. Vamos, ainda, pedir para as outras delegacias da região fazerem levantamento manual de boletins de ocorrências que tenham registrado roubos a Hondas Civics beges em datas próximas ao ocorrido. Desse modo, se o carro for roubado e chegarmos ao dono do veículo, poderemos pedir para que ele faça um retrato falado dos ladrões", afirma.

Vida que segue
A primeira-dama, que trabalha em projetos sociais da prefeitura, afirma que não vai deixar de desempenhar suas atividades em função do ocorrido.

"Tenho de ficar na rua o tempo todo, visitando todos os bairros da cidade. Vou prestar mais atenção a partir de agora, mas não vou deixar de fazer meu trabalho. Vamos reforçar a segurança de nossa família e eu vou procurar variar meus caminhos em vez de continuar, como antes, fazendo sempre o mesmo percurso na volta para casa", diz ela.

Histórico de ameaças
Maria Antônia também não descarta a hipótese de motivação política já que durante os três anos de governo de seu marido, alguns secretários foram vítimas de ameaças e um funcionário da Secretaria de saúde próximo a ela chegou a ser seqüestrado. A primeira-dama afirma que chegou a receber, logo após a eleição do marido, uma ameaça por telefone.

Segundo a polícia, no dia do crime, havia um bando praticando assaltos a veículos na região, mas não há registro de eles terem usado um carro com as descrições feitas pelas vítimas.

Polícia está sem suspeitos para ataque a esposa de prefeito. Secretária e motorista viram os criminosos, mas não são capazes de fazer descrição.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir