Categoria Policia  Noticia Atualizada em 01-04-2008

Polícia investiga agressão antes de menina entrar em ap.
Peritos encontraram manchas de sangue na entrada do apartamento no Carandiru
Polícia investiga agressão antes de menina entrar em ap.
Foto: G1

O delegado Calixto Calil Filho disse na tarde desta segunda-feira (31) que os peritos encontraram manchas de sangue na entrada do apartamento de onde uma menina de 5 anos caiu na noite de sábado (29), no Carandiru, na Zona Norte. O material foi colhido para a realização de exame de DNA.

De acordo com o delegado, o sangue é um indício de que a menina pode ter sido agredida antes de entrar no apartamento ou que tenha sido levada para fora do imóvel durante a agressão. Também foram encontradas marcas de sangue no corredor que leva à saída principal do apartamento, na sala e na tela de proteção da janela. "O que mais chama e intriga são estas manchas de sangue", afirmou.

Calixto Calil disse também que foi informado pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML) que o corpo da menina tinha escoriações na testa e em outras partes do corpo, possivelmente produzidos antes da queda. O delegado admitiu inclusive a possibilidade de a menina já ter sido levada para o apartamento com algum ferimento. "Estamos investigando, mas não dá para saber", disse.

Além disso, foram colhidos materiais no veículo do pai, que está lacrado. De acordo com o delegado, os resultados dos laudos vão ser peças fundamentais para que se chegue ao responsável pela queda e conseqüente morte.

Pedreiro averiguado
Um pedreiro prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (31) no inquérito que investiga a morte da menina de 5 anos que sofreu uma queda do 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo no sábado (29). O homem, apontado pelo pai da menina como seu desafeto, foi ouvido pelo delegado Calixto Calil Filho.

"Ele é um dos averiguados", disse o delegado. O pedreiro foi apontado pelo pai, em um de seus depoimentos, como o provável agressor da menina. Ao prestar depoimento nesta segunda, o pedreiro demonstrou estar tranqüilo, segundo o delegado.

"Ele foi convincente e se mostrou até mesmo surpreso por ter sido acusado pelo pai. Ele disse que chegaram a ter conversas ásperas, mas que nem lembrava mais disso. Aparentemente, ele não guarda mágoa alguma", declarou Calil Filho.

O pai e a madrasta continuam sendo averiguados no caso, segundo o delegado. "E há um terceiro averiguado, que seria o suposto homem que teria invadido o apartamento, segundo o pai nos falou. Este homem poderia ter entrado pelos fundos [do prédio], pela garagem ou mesmo já estar no apartamento. Estamos trabalhando com todas as hipóteses. É um mistério", disse.

Desespero
Um morador do prédio na Zona Norte de São Paulo onde a menina de 5 anos caiu na noite de sábado disse que presenciou o desespero do pai dela logo após a queda. "Ele olhava a criança, escutava o coração. (...) Ele ia da criança, no jardim, até o parapeito do prédio para a rua desesperado", contou o vizinho.

O pai da menina contou aos policiais que a morte da menina ocorreu depois que eles voltaram da casa da sogra. Ele disse que primeiro levou a filha para um quarto, o que costuma ser ocupado por seus outros dois filhos, um de três anos e um de 10 meses, onde ela ficou dormindo. Depois, voltou à garagem do prédio para ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos.

Ainda em depoimento, o pai disse que quando subiu de volta ao apartamento achou que havia algo estranho. A luz do quarto - que ele garantiu ter apagado - estava acesa. Alexandre também disse que não viu a filha sobre a cama, e achou que ela havia caído no chão do quarto. Depois percebeu a tela cortada. Olhou do alto e viu a filha caída no jardim do prédio.

A polícia diz que a tela de proteção foi cortada. "Ela não sofreu uma queda acidental. Alguém rompeu a tela protetora da janela e jogou essa criança", afirmou Calil Filho.

Na tarde de domingo (30), o delegado disse que a polícia ainda não tinha como apontar quem jogou a criança do sexto andar do prédio. "Não há indício forte contra ninguém. Não há indício algum de participação deste ou daquele."

O corpo da menina foi enterrado por volta das 9h40 desta segunda-feira (31). Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro, que aconteceu no Cemitério Parque dos Pinheiros, na mesma região.

Polícia investiga agressão antes de menina entrar em apartamento
Peritos encontraram manchas de sangue na entrada do apartamento no Carandiru.
Corpo da menina apresentava ferimentos que podem ter sido feitos antes da queda.

Fonte: MARCELO MORA

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir