Categoria Economia  Noticia Atualizada em 01-04-2008

Funcionários dos Correios cruzam os braços
Os funcionários dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (1º)
Funcionários dos Correios cruzam os braços
Foto: google

Os funcionários dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (1º). Aproximadamente 2,5 mil carteiros, trabalhadores dos setores de atendimento ao público e da triagem de correspondências devem cruzar os braços. Cerca de 600 servidores participaram da assembléia na noite desta segunda-feira (31). De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Osvaldo Lima Junior, a decisão foi unânime. Os servidores de Cascavel, no Oeste, também aderiram à greve. Já em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e Londrina, no Norte, as assembléias votaram pela não deflagração do movimento. Deve ser afetada a entrega de correspondências, além de serviços bancários realizados pelos Correios.

O movimento dos servidores é nacional e cobra adicional de risco para os carteiros e distribuição linear da participação nos lucros. De acordo com o secretário-geral do (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, um termo de compromisso assinado entre o governo e a categoria em novembro previa pagamento de 30% do salário-base dos carteiros como adicional de risco. Ele alega, porém, que o benefício foi cortado da folha de pagamento de março. "O termo de compromisso teve inclusive o aval do presidente Lula. Foi uma conquista obtida graças a uma luta de mais de dez anos da categoria. Enquanto a palavra assinada não for cumprida, vamos permanecer de braços cruzados", afirma Santos.

A categoria também questiona a disparidade no pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) aos trabalhadores da empresa. Segundo Santos, a empresa estaria privilegiando os chefes, gerentes e diretores com parcelas maiores dos lucros. Além disso, o sindicato reivindica a ampliação imediata do quadro de funcionários da empresa em pelo menos 20%. Só entre os carteiros o déficit seria de cerca de 800 trabalhadores no Paraná, de acordo com levantamento do Sintcom.

Em uma reunião entre a direção dos Correios e representantes da categoria, realizada na tarde desta segunda-feira em Brasília, a empresa ofereceu rever o PLR e pagar o benefício de 30% aos carteiros por mais dois meses. A categoria, porém, não aceitou a proposta. "O acordo já havia sido assinado e eles não cumpriram. Quem garante que agora seria diferente", afirma Lima Junior.

A assessoria de impressa dos Correios informou que ainda não é possível afirmar se os serviços serão interrompidos. Caso haja adesão em massa dos servidores os primeiros serviços a serem afetados são os de entrega rápida (Sedex 10 e Sedex Hoje). A empresa afirma, no entanto, que manterá as agências abertas com aqueles funcionários que não cruzarem os braços.

Quanto aos 30% de periculosidade, os Correios afirmam que a legislação não inclui os carteiros entre as categorias com direito ao benefício. O pagamento realizado entre dezembro e fevereiro seria um abono especial. De acordo com a empresa, para que o benefício se torne permanente é preciso uma mudança na Lei. Já em relação ao PLR, os Correios dizem que foram utilizados critérios como desempenho, produtividade e assiduidade para a divisão dos recursos.

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir