Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 01-04-2008

Enterro em São Paulo
Corpo da menina Isabella, 5, que caiu do sexto andar de um prédio no final da noite de sábado, é enterrado na zona norte de São Paulo
Enterro em São Paulo
Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

A Polícia Civil ouve nesta segunda-feira depoimentos de funcionários do prédio onde a menina Isabella de Oliveira Nardoni, 5, morreu no final da noite de sábado (29) depois de cair do sexto andar, na zona norte de São Paulo. Ela foi enterrada na manhã de hoje.

No prédio moram o pai da garota, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, 29, e a atual mulher dele, Anna Carolina Trota Peixoto Jatobá, 24, além de dois filhos do casal. A polícia já ouviu o depoimento de um porteiro do edifício e deve ouvir outro funcionário do prédio. Devido ao enterro, a polícia teve dificuldade para chamar familiares a depor nesta segunda-feira.

O 9º Distrito Policial (Carandiru) prepara a reconstituição do caso, que deverá ocorrer na próxima semana, segundo o delegado-titular Calixto Calil Filho. Ele também deve solicitar o adiantamento dos laudos do IML (Instituto Médico Legal), do corpo da garota, e do IC (Instituto de Criminalística), do local onde ela estava quando caiu. Em geral, tais exames levam mais de 30 dias para ficar prontos.

Os resultados das análises poderão comprovar se Isabella foi agredida e se estava consciente antes de cair do prédio. A perícia feita no apartamento constatou que a rede de proteção da janela do cômodo onde a menina estava foi cortada intencionalmente.

O pai e a madrasta da menina prestaram depoimento e foram liberados por volta das 23h50 de domingo (30). Ambos figuram como averiguados e não suspeitos, de acordo com o delegado que registrou o caso.

A hipótese de homicídio é a mais provável, afirma a Polícia Civil. "Houve um crime onde alguém jogou uma criança da janela após cortar a tela de proteção. Ou foi alguém ligado à criança ou uma invasão. São os únicos indícios que se têm no momento", disse ontem Calil Filho.

A criança morava com a mãe e a cada 15 dias passava o fim de semana com o pai e a madrasta.

Depoimento

Em depoimento, segundo a polícia, Nardoni disse que a queda ocorreu pouco depois de a família retornar de uma visita à casa da mãe de sua atual mulher. Após estacionar o carro na vaga do prédio, o consultor disse que decidiu levar Isabella, que dormia, até o apartamento. Em seguida, retornou ao veículo para auxiliar a mulher a carregar os dois filhos do casal, que também dormiam no carro.

De volta ao apartamento, Nardoni teria percebido que a luz do cômodo onde havia deixado Isabella estava acesa --ele disse que havia deixado apagada ao sair-- e que havia gotas de sangue na cama onde a garota havia sido deixada. Além disso, de acordo com o depoimento, a tela de proteção estava cortada.

À polícia, o consultor jurídico disse que tinha um desafeto, com quem teria tido uma discussão. O delegado informou que o homem apontado pelo pai da criança será procurado e deverá ser ouvido.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir