Setor quer que Congresso Nacional interfira em decisão de prefeitura
Foto: Reprodução O setor de transporte de cargas vai pedir a interferência do Congresso Nacional para evitar que o rodízio municipal de veículos passe a valer também para caminhões na cidade de São Paulo. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) fez um pedido de audiência com o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e aguarda confirmação de agenda para apresentar os problemas que o rodízio vai criar para os transportadores e as conseqüências que a decisão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) pode causar ao setor. Os representantes pretendem chegar a Brasília já na próxima semana.
A idéia de ampliar o rodízio e incluir os caminhões me parece apenas uma cópia daquilo que não tem sido suficiente para sanar o problema do trânsito na cidade. Além disso, é preciso avaliar os impactos econômicos dessa decisão, disse Chinaglia. Apesar disso, ele admite que precisa ouvir todos os argumentos para se posicionar de forma definitiva sobre o assunto.
Na terça-feira (1º), o prefeito de São Paulo anunciou em coletiva que irá implantar em 45 dias, contados a partir do anúncio, o rodízio para caminhões em todo o centro expandido de São Paulo. Na ocasião, ele também anunciou a proibição da circulação de veículos de carga e descarga das 5h às 21h em uma área da capital ainda ser definida.
Para Chinaglia, é preciso atrair a iniciativa privada para investir no transporte ferroviário e criar bolsões de estacionamento para que os motoristas deixem seus carros nas proximidades de estações de metrô e trem. Ele questiona onde ficarão estacionados os caminhões que forem proibidos de entrar em São Paulo por conta do rodízio. O problema não será resolvido de uma hora para outra. Foram décadas de descaso nos governos municipais, estaduais e federais com a questão e é preciso que todos atuem em conjunto, opinou. Além disso, considera questionável adotar a medida antes que o Rodoanel seja concluído.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Rocha, disse que a medida adotada pela Prefeitura de São Paulo de incluir caminhões no rodízio de veículos que circularem pelas marginais e Avenida dos Bandeirantes a partir do dia 15 de maio é colocar os carros na frente dos bois. Por que não esperam até o Rodoanel ficar pronto?, questionou Rocha, referindo-se ao trecho sul da obra que vai interligar o trecho oeste às rodovias dos Imigrantes e Anchieta e diminuir o tráfego de milhares de caminhões que cruzam a Avenida dos Bandeirantes diariamente rumo ao litoral.
Segundo o empresário, essa é mais uma medida para prejudicar a categoria, citando as interferências do Ministério Público proibindo que os motoristas trabalhem além do horário normal por causa do desgaste físico, e das confusões que serão ocasionadas ainda pelo fato de os clientes não quererem receber cargas durante a madrugada.
Confederação vai pedir que evite rodízio de caminhões em SP. Setor quer que Congresso Nacional interfira em decisão de prefeitura.
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